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TIM LaHAYE, & ED HINDSON

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CHAVES PARA COMPREENDER O FIM DOS TEMPOS

Guia essencial de profecia bíblica

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COORDENAÇÃO DE E-BOOK

Elba Alencar

Diretora Executiva

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Gerente de Marketing

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GERÊNCIA EDITORIAL E DE PRODUÇÃO

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COORDENAÇÃO EDITORIAL

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COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E DESIGN

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TRADUÇÃO

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REVISÃO

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Queila Memoria

CAPA E DIAGRAMAÇÃO

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CONVERSÃO E-BOOK:

Brazil Deluxe Ltda

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Copyright © 2006.2012 by Pre-Trib Research center, Tim LaHaye, and Ed Hindson. Published by Harvest House Publishers. Eugene, Oregon 97402. All rights reserved. Printed in the United States of America.

Copyrigh © 2015 por Editora Central Gospel.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Autores: LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed.

Título em português: 13 Chaves para compreender o fim dos tempos: guia essencial de profecia bíblica.

Título original: The Essential Guide to Bible Prophecy: 13 Keys to Understanding the End Times.

Rio de Janeiro: 2015

208 páginas

E-ISBN: 978-85-7689-512-1

1. Bíblia – Vida Cristã I. Título II.

As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), salvo indicação específica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.

É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc.), a não ser em citações breves, com indicação da fonte bibliográfica.

Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2009.

1ª edição: julho/2016

Editora Central Gospel Ltda

Estrada do Guerenguê, 1851 – Taquara

Cep: 22.713-001

Rio de Janeiro – RJ

TEL: (21) 2187-7000

www.editoracentralgospel.com

SUMÁRIO

Prefácio – O que o futuro nos reserva?

1. Somente Deus pode profetizar

2. Entendendo a profecia bíblica

3. Estamos vivendo os últimos dias?

4. O arrebatamento da Igreja

5. As recompensas do cristão

6. A ascensão do anticristo

7. Tenha cuidado com os falsos profetas

8. O período da tribulação

9. O glorioso aparecimento

10. A batalha do Armagedom

11. O reino milenar

12. O julgamento do grande trono branco

13. Céu e vida eterna

Uma palavra final – Até que Ele venha

Apêndice – 25 surpreendentes profecias do fim dos tempos

Notas

PREFÁCIO

O que o futuro nos reserva?

Todo mundo é curioso sobre o futuro. Todos nós queremos saber o que irá acontecer em seguida, mas somente Deus tem a habilidade de ver o que está por vir. Portanto, devemos nos apoiar na Palavra dele como nosso guia para entender o que está à frente.

Estamos vivendo em tempos incríveis. As coisas estão mudando tão rápido que dificilmente podemos acompanhá-las. Antes de conseguirmos recuperar o fôlego, somos apressados para o próximo evento significante no horizonte. Tensões no Oriente Médio, o desenvolvimento de armas de destruição em massa, e ameaças à paz mundial enchem as manchetes dos jornais. Todos nós sentimos que o mundo está movendo-se em direção a algum grande clímax.

Pessoas hoje estão perguntando: Para onde vamos? O que vai acontecer em seguida? E como podemos estar preparados? Essas são as mesmas questões que a profecia bíblica responde para nós. A profecia nos ajuda a enxergar o futuro com clareza e confiança.

O propósito da profecia bíblica não é amedrontar-nos, mas afirmar que Deus está no controle. Em tempos de incerteza humana, podemos descansar seguros de que temos uma “firme palavra dos profetas” (2 Pe 1.19) que brilha como um farol de luz na escuridão dos nossos tempos. Portanto, podemos erguer nossa cabeça e saber que a nossa redenção está próxima (Lc 21.28).

O propósito deste estudo é nos ajudar a examinar o que a Bíblia diz sobre o futuro. Nós veremos profecias-chave da Bíblia sobre assuntos como o arrebatamento da Igreja e a ascensão do anticristo. Vamos explorar as principais passagens proféticas que descrevem a tribulação, o aparecimento glorioso de Cristo, o reinado milenar, e o céu.

A esperança da segunda vinda de Cristo é um forte incentivo para que vivamos corretamente. A Bíblia nos lembra:

[…]permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele na sua vinda […] sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.

1 João 2.28; 3.2b,3

Que Deus abençoe você ao estudar essas grandes verdades proféticas. Que elas desafiem a sua mente, movam seu coração, e elevem a sua alma com grande expectativa para o retorno do Salvador.

Tim LaHaye
Ed Hindson

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SOMENTE DEUS PODE PROFETIZAR

A singularidade de Deus está expressa na natureza preditiva da profecia bíblica. Não há nada assim em qualquer outra religião. Somente o Deus da Bíblia pode prever o futuro com perfeita exatidão:

Eu sou Deus, e não há outro Deus […] que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam […] porque assim o disse, e assim acontecerá.

Isaías 46.9b,10a,11b

Jesus Cristo também alegou autoridade divina para as Escrituras proféticas. As profecias mais dramáticas em toda a Bíblia apontam para o Messias-Salvador vindouro, que iria tanto sofrer como reinar. Essas antigas profecias foram cumpridas tão precisamente que não pode haver nenhuma dúvida séria de que elas apontam para apenas uma pessoa que já viveu – Jesus de Nazaré.

Depois da Sua ressurreição, Jesus disse aos Seus discípulos: Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos (Lc 24.44b). O próprio Cristo ensinou aos discípulos quais escrituras do Antigo Testamento previram Sua vida e ministério. Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (Lc 24.45).

Os autores do Novo Testamento foram instruídos pelo próprio Senhor com relação às profecias bíblicas e o seu cumprimento. A tripla designação – Lei, Profetas, e Salmos – refere-se às três principais divisões da Bíblia hebraica. Jesus estava afirmando especificamente que todo o Antigo Testamento previa os detalhes de Sua vida, ministério, morte e ressurreição. Portanto, a pregação dos primeiros discípulos cristãos era cheia de referências às profecias do Antigo Testamento e seu cumprimento na pessoa de Jesus Cristo (veja At 2.25-36; 3.22,23; 4.25,26; 13.46-49).

Durante Seu ministério terrestre, Jesus foi reconhecido como um profeta de Deus (Mt 21.11; Lc 7.16) e um mestre vindo de Deus (Jo 3.2). Jesus também se referiu a si mesmo como um profeta (Mt 13.57; Lc 13.33). A pregação inicial dos apóstolos também enfatizou a natureza profética do ministério de Cristo (At 3.24-26; 7.37). O Evangelho de Mateus sozinho faz 65 referências a escrituras do Antigo Testamento, enfatizando seu cumprimento em Cristo.

O profeta e o ministério profético

As histórias proféticas são seguidas no cânon hebraico pelos livros proféticos da previsão. Os dois formam uma unidade na porção média do triplo cânone, sob o termo comum dos Profetas. Leitores judeus os distinguem como os “primeiros profetas” e “últimos profetas.” A maneira de falar por meio dos profetas pode ser melhor caracterizada como pregação. Suas mensagens também incluíram ações simbólicas (2 Rs 13.17-19), lições objetivas (Jr 1.11-14), e sermões escritos (Jr 36.4).

Os profetas hebraicos eram homens de Deus que pregavam a Palavra de Deus e também previam o futuro. Suas mensagens revelavam eventos que ainda estavam por vir. Neste contexto, suas mensagens eram sobrenaturais, não naturais. Elas não eram derivadas da observação ou do pensamento intelectual, mas do conhecer a Deus e falar com Ele.

O que é um profeta? A primeira pessoa na Bíblia a ser chamada de profeta foi Abraão. Esse foi um título dado a ele por Deus (Gn 20.6,7). Provavelmente, existiram profetas que serviram antes de Abraão, como Enoque (compare Gn 5.24 com Jd 14), mas é significante que Abraão seja o primeiro profeta explicitamente mencionado na Escritura. A partir de sua vida, nós podemos observar dois traços fundamentais dos profetas bíblicos.

Primeiro Deus escolhe um profeta. O chamado de Abraão deixa isto claro:

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Gênesis 12.1-3

O papel de Abraão como profeta não era uma vocação que ele procurava. Em vez disso, era um resultado do chamado único e soberano de Deus sobre sua vida.

Segundo, um profeta é uma pessoa com a mensagem do Altíssimo. Deus chamou Abraão para servi-lo, revelando a mensagem de Deus para outros. Moisés, que também mais tarde serviria como profeta, da mesma forma revelou a mensagem de Deus ao receber a lei do Senhor para o povo de Israel. Outros profetas do Antigo Testamento olhariam tanto para Abraão como para Moisés como exemplos do seu papel como pessoas chamadas por Deus para comunicar a mensagem do Senhor para quem precisava.

A revelação de Deus para o profeta é um processo pelo qual Ele revela Seus segredos ao Seu servo (Am 3.7). O termo “revelar” (galah em hebraico) significa “descobrir,” como em “descobrir o ouvido” (1 Sm 9.15). Assim, quando Deus “descobre” o ouvido do profeta, Ele revela o que estava oculto anteriormente (como em 2 Sm 7.27) para que o profeta perceba o que o Senhor disse (Jr 23.18).

A mensagem de um profeta não é o produto do esforço humano. Antes, a profecia bíblica encontra sua origem no Espírito de Deus:

Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

2 Pedro 1.20,21

Esses versículos indicam vários detalhes específicos relacionados com a revelação de Deus. Primeiro, a profecia vem completamente de Deus: Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Segundo, a profecia é completamente de Deus: A profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum. Terceiro, a profecia é comunicada através dos profetas de Deus: Os homens santos de Deus falaram. Quarto, os profetas foram guiados pelo Espírito de Deus: Os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

De todas as formas, a Escritura deixa claro que a profecia bíblica é uma obra divina através dos profetas de Deus para comunicar a Sua mensagem.

Outra consideração é a relação da profecia com a Bíblia como um todo. Foi estimado que 27% do conteúdo bíblico inclui profecia. Em outras palavras, aproximadamente um quarto da Bíblia é profética. Se a Palavra de Deus é considerada autêntica e perfeita, então as profecias da Bíblia envolvem uma grande porção da perfeita Escritura revelada de Deus.

O que a Bíblia ensina acerca da natureza das Escrituras? Uma breve olhada expressa uma visão clara de que as palavras da Bíblia são, de fato, perfeitas. Por exemplo, considere o Salmo 19.7-11:

A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos. O temor do SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa.

Em 2 Timóteo 3.16,17, Paulo chamou a Escritura de “divinamente inspirada.” Nós vimos que Pedro ensinou que os profetas eram controlados pelo Espírito de Deus. O próprio Jesus concordou com esta visão da Escritura:

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

Mateus 5.17,18

Aqui, Jesus deixou claro que Sua encarnação e ministério foram cumprimentos dos escritos do Antigo Testamento. Ao fazer esta declaração, Ele indicou que os autores veterotestamentários foram inspirados por Deus e precisamente falaram sobre Sua vinda.

É óbvio, portanto, que o Espírito de Deus é necessário para a inspiração profética. Assim, foi pelo Espírito que a Palavra do Senhor foi comunicada ao profeta e pelo Espírito que a Palavra foi mediada ao povo.

Profecia messiânica

As altas aspirações dos escritores do Antigo Testamento e suas aplicações de características divinas a um príncipe vindouro, o Messias, o filho de Davi, nos compelem a ver alguém que é mais do que um mero homem. Ele era chamado tanto de Filho de Davi como de Filho de Deus.

O Novo Testamento baseou toda a sua apologética nos fatos de que Jesus era o Messias previsto no Antigo Testamento e que essas previsões foram conclusivamente cumpridas na vida de Jesus. O Novo Testamento reconhece o valor de usar a profecia preditiva e seu cumprimento como evidência apologética para provar que o cristianismo é sobrenatural e confiável.

O próprio Jesus ensinou repetidamente que estas profecias “devem ser cumpridas.” Sob a direção de Deus, Ele se submeteu completamente ao curso que eles traçaram, e Ele considerou os detalhes de Sua vida e morte como eventos que deviam acontecer, porque estavam escritos na Palavra de Deus. O propósito da profecia messiânica era fazer o Messias conhecido depois de Ele ter cumprido os eventos previstos. Estas profecias serviram como instrumentos de preparação que sinalizavam Sua chegada.

Os escritores do Novo Testamento insistiram que Jesus era o Cristo com base em três argumentos essenciais:

  1. A ressurreição de Jesus.
  2. Relatos de testemunhas sobre o que aconteceu.
  3. Cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

Semanas após a ressurreição, os cristãos primitivos proclamavam os eventos na vida de Jesus como cumprimentos de profecias específicas.

No primeiro sermão Cristão, Pedro anunciou, Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel […] Porque dele disse Davi […] [Deus] levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo (At 2.16a,25a,30b,31a).

Seguindo esta linha de provas, os apóstolos fizeram o que os profetas de Deus haviam feito por séculos. Eles apontaram para o cumprimento da profecia como a prova irrevogável da veracidade da Palavra de Deus. Ao fazer isto, eles incitaram seus ouvintes a acreditar na completa mensagem do evangelho de Jesus Cristo.

Profecias cumpridas na vida de Cristo

O Antigo Testamento está cheio de profecias sobre a raça humana, a nação de Israel, e eventos futuros em geral. E as profecias mais importantes são aquelas que apontam para a vinda de Cristo. Estas não são meramente “provas textuais” isoladas; o Antigo Testamento inteiro aponta para a vinda do futuro Messias.

Mesmo antes do tempo de Jesus, os judeus reconheceram que muitas destas previsões eram messiânicas. Aqui estão dez exemplos:

PROFECIA

ASSUNTO

CUMPRIMENTO

Gênesis 3.15
“sua semente”

Semente de uma mulher

Gálatas 4.4
“nascido de mulher”

Gênesis 12.3
“serão benditas todas as famílias da terra.”

Descendente de Abraão

Mateus 1.1
“Filho de Abraão”

Gênesis 49.10
“O cetro não se arredará de Judá”

Tribo de Judá

Lucas 3.33
“de Judá”

Isaías 9.7
“sobre o trono de Davi”

Herdeiro de Davi

Lucas 1.32
“Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai”

Miqueias 5.2
“Belém […] de ti me sairá o que será Senhor em Israel”

Nascido em Belém

Lucas 2.4-7
“à cidade de Davi chamada Belém […] E deu à luz o seu filho primogênito”

Isaías 7.14
“uma virgem conceberá”

Nascido de uma virgem

Mateus 1.23
“a virgem conceberá”

Salmo 2.7
“Tu és meu Filho”

Declarado o Filho de Deus

Mateus 3.17
“Este é o meu Filho amado”

Isaías 53.3
“Era desprezado e o mais indigno entre os homens”

Rejeitado pelos Seus

João 1.11
“e os seus não o receberam”

Salmo 41.9
“Até o meu próprio amigo íntimo […] levantou contra mim”

Traído por um amigo

Mateus 26.50
“Amigo, a que vieste?”

Zacarias 12.10
“para mim, a quem traspassaram”

Morte de cruz

Mateus 27.23
“Seja crucificado!”

Outro claro exemplo é encontrado no relato de Mateus a respeito dos magos: Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Nós vimos sua estrela quando ela se ergueu e viemos adorá-lo.

Quando o rei Herodes ouviu isto, ele ficou perturbado, e toda Jerusalém com ele. Quando reuniu todos principais sacerdotes e mestres da lei, ele perguntou a eles onde o Messias nasceria.

E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.

Mateus 2.5,6, citando Miqueias 5.2-4

Estes estudiosos judeus estavam todos cientes da profecia de Miqueias muito antes de Jesus ser revelado. No entanto, Miqueias havia falado estas palavras 700 anos antes, com explícita precisão com relação à exata localização do nascimento do Messias.

O Evangelho de Lucas recorda uma profecia cumprida do Antigo Testamento relacionada à entrada de Cristo em Jerusalém, no dia que chamamos de Domingo de Ramos.

E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera. E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho? E eles responderam: O Senhor precisa dele. E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima. E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.

Lucas 19.32-36

Qual é o significado da entrada de Jesus na cidade em um jumentinho? O profeta judeu, Zacarias, escreveu,

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta.

Zacarias 9.9

Utilizar jumentos para viajar era comum durante esse tempo, mas referir-se especificamente a “um asninho, filho de jumenta” demonstra um nível de precisão que parece não ter outra explicação além da profecia preditiva. Espantosamente, Zacarias escreveu estas palavras em torno de 550 anos antes do evento!

Em ainda outra profecia, Mateus compartilhou a motivação financeira por trás da traição de Jesus por Judas Iscariotes:

Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata.

Mateus 26.14,15

Curiosamente, Mateus, o ex-cobrador de impostos, notou que um profeta do Antigo Testamento havia previsto anteriormente esta específica quantidade de dinheiro. Deus ordenou a Zacarias: apascenta as ovelhas da matança (Zc 11.4). Depois de uma disputa sobre seu trabalho, ele parou de apascentar (v. 8 e 9). Em sua entrevista de saída com o seu patrão, ele comentou: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata (v. 12). Esta forma visual de ensinar serviu como uma profecia específica com relação ao preço exato que os príncipes dos sacerdotes pagaram para que Judas Iscariotes traísse Jesus.

Estas são apenas três de aproximadamente 120 profecias distintas do Antigo Testamento sobre a primeira vinda de Cristo. Elas são como peças de um quebra-cabeça. Cada uma apresenta um elemento distinto da vida e ministério do Salvador, mas a imagem inteira retratada por estas peças só pode ser vista depois do seu cumprimento. Só quando Jesus veio estas profecias tiveram relação clara uma com as outras. As chances de todas estas profecias serem cumpridas na vida de um homem é uma chance em 84 seguido de 131 zeros.

Estas 120 profecias sobre a primeira vinda de Cristo são provas irrefutáveis da origem divina da Escritura, do messianismo de Jesus, e da verdade do cristianismo. Quando vistas por inteiro, o impacto coletivo destas profecias e seu cumprimento nos evangelhos não podem ser facilmente descartados pelos que não creem. Novamente, a possibilidade matemática de todas essas previsões serem cumpridas em uma pessoa é absolutamente espantosa.

Louis Lapides cresceu em uma família judia em Nova Jersey. Durante um tempo de reflexão em sua própria jornada espiritual, ele percebeu que a descrição do Messias em Isaías 53 se encaixava perfeitamente no retrato de Jesus de Nazaré. Agora um pastor, seus estudos e experiências de vida o levaram do ceticismo com relação a profecias messiânicas sobre Jesus à aceitação pessoal dele como Messias em sua própria vida.

Em uma entrevista, Lapides foi questionado, “Se as profecias foram tão óbvias para você e apontaram tão inquestionavelmente para Jesus, por que não mais judeus aceitam Ele como seu Messias?”

Ele respondeu, “No meu caso, eu levei um tempo para lê-las.” Em muitos casos, nós subestimamos o impacto das profecias cumpridas relacionadas a Jesus Cristo por causa da nossa falta de estudos sobre como a Bíblia falou especificamente. Em nosso estudo juntos, descobriremos que a Escritura tem frequentemente falado muito especificamente acerca de muitos eventos, tanto aqueles cumpridos no passado como também aqueles que ainda serão cumpridos.

E quanto a profecias futuras?

O preciso cumprimento das profecias da primeira vinda de Cristo aponta para a certeza de que as 300 profecias da Sua segunda vinda também serão cumpridas. Porque as profecias relacionadas à primeira vinda de Cristo foram cumpridas literalmente, podemos confiantemente esperar que as promessas relacionadas à Sua segunda vinda serão cumpridas literalmente do mesmo modo.

Temos todas as razões para acreditar na veracidade das profecias da Bíblia sobre o futuro, mas só podemos aceitá-las pela fé até o tempo do seu cumprimento. E nossa fé nessas profecias não é baseada em uma piedosa esperança equivocada. Em vez disso, ela é baseada no cumprimento literal das profecias do passado. Isto por si só nos dá grande confiança de que as profecias ainda não cumpridas irão realmente acontecer.

O fato de as profecias da Bíblia sempre terem sido cumpridas de uma maneira exata e detalhada nos garante que, com respeito a profecias ainda não cumpridas, Cristo virá novamente assim como Ele disse (Jo 14.1-3). Podemos olhar para o desdobramento do futuro porque sabemos que ele está sob o controle soberano de Deus.

Por que a profecia bíblica é importante?

Toda profecia é importante hoje por várias razões. Este é o ensino claro do Novo Testamento.

Estudar profecias não cumpridas é útil. Paulo escreveu em 2 Timóteo 3.16,17:

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

O apóstolo se referiu a Toda Escritura, o que inclui as profecias não cumpridas da Bíblia. Essas porções da Palavra de Deus são valiosas para ensinar o que o futuro nos reserva, como também para irmos contra falsos ensinamentos com respeito ao que irá ocorrer no fim dos tempos.

Estudar profecias não cumpridas nos dá esperança. Romanos 15.4 ensina: Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Quando entendemos o plano de Deus para nosso futuro, podemos viver com esperança mesmo durante nossos dias mais difíceis. A profecia não se destina a assustar aqueles de nós que acreditam, mas para encorajar-nos. Como 1 Tessalonicenses 4.18 exorta, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

Estudar profecias não cumpridas promove uma vida santa. O texto de 2 Pedro 3.11,12 afirma:

Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?

Um melhor entendimento sobre o que o futuro nos reserva direciona nossa vida para a santidade agora. Nosso objetivo é viver agora de uma maneira tal que não tenhamos arrependimentos no futuro, quando ficaremos diante do nosso Senhor.

Estudar profecias não cumpridas nos constrange a compartilhar o evangelho. Quando entendemos que o arrebatamento de Cristo pode acontecer a qualquer momento, num momento, num abrir e fechar de olhos (1 Co 15.52) de acordo com o apóstolo Paulo, não podemos deixar de desejar compartilhar a razão da esperança dentro de nós (1 Pe 3.15).

Estudar profecias não cumpridas traz bênçãos. Em Apocalipse 1.3, João proclama, Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Por outro lado, o Apocalipse também fala sobre a maldição sobre aqueles que acrescentam ou tiram quaisquer palavras do livro desta profecia (Ap 22.18,19).

A profecia é digna da nossa atenção, estudo e devoção. Paulo escreveu em 2 Timóteo 2.15: Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Isso se aplica ao nosso estudo de toda Escritura, mas é certamente relevante para o nosso entendimento das muitas profecias da Bíblia. Nosso objetivo deve ser saber o que Deus falou para que possamos viver com esperança, santidade, e um desejo de ajudar aqueles que ainda vão experimentar um relacionamento com o Cristo ressuscitado.

O próprio Jesus esperava que Seus seguidores estudassem cuidadosamente a Escritura na preparação para o Seu retorno. Em Mateus 24.42, Ele ordenou a Seus discípulos, Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.

Por outro lado, Jesus condenou os líderes religiosos dos Seus dias, porque eles não reconheceram os sinais dos tempos.

E, chegando-se os fariseus e os saduceus para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos?

Mateus 16.1-3

Jesus esperava que o povo durante Sua primeira vinda o reconhecesse e antecipasse ansiosamente a Sua segunda vinda. Também fomos chamados tanto para refletir sobre o cumprimento da profecia bíblica de Cristo como para olhar para Suas profecias futuras.

As profecias bíblicas e seu cumprimento literal fascinam nossa curiosidade e desafiam nossa mente, mas elas se destinam a levar-nos a um ponto de decisão pessoal e fé. Se a Bíblia previu que essas coisas aconteceriam, e elas aconteceram de fato, então devemos levar as alegações de Jesus sobre si mesmo a sério. Se Ele somente cumpriu essas profecias, então apenas Ele é o Salvador, o Filho de Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores. E se Ele é, então merece nossa fé, nossa vida, e nossa completa devoção.

LIÇÃO 1

SOMENTE DEUS PODE PROFETIZAR

Quando se trata de prever o futuro, a humanidade tem um histórico pobre. Nós simplesmente não temos como saber o que acontecerá amanhã, na próxima semana, no próximo mês ou no próximo ano. Por outro lado, Deus conhece o futuro e revela vislumbres dele na Bíblia. E até agora, cada previsão que foi cumprida ocorreu exatamente da forma que Deus disse que aconteceria. Ele nunca esteve um pouco errado.

  1. Leia Isaías 46.9,10. O que Deus é capaz de fazer que ninguém mais pode?
  2. Leia Isaías 45.5-7. Que coisas faz o Senhor? O que isso diz sobre Ele?
  3. Leia o Salmo 33.10,11. O que essa passagem diz sobre os planos do povo? O que ela diz sobre os planos do Senhor?
  4. O que Provérbios 21.1 nos diz sobre Deus?
  5. Baseando-se nesses versículos da Bíblia, quanto controle você diria que Deus tem sobre os eventos do mundo?
  6. O que esse conhecimento causa no seu nível de confiança na habilidade de Deus de cumprir todas as previsões que Ele fez na Bíblia?

APLICANDO A PROFECIA À VIDA DIÁRIA

Deus não é somente capaz de cumprir todas as previsões da Bíblia, mas também capaz de manter todas as Suas promessas. Como isso beneficia você como cristão?