desj595.jpg

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2003 Harlequin Books S.A.

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O playboy apaixonado, n.º 595 - junho 2019

Título original: The Playboy & Plain Jane

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-048-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Quem é quem

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Se gostou deste livro…

Quem é quem

 

 

 

 

 

Nicholas Barone: É cem por cento americano, mas nas suas veias corre o ardente sangue italiano. Nicholas foi educado para honrar a família, para se esforçar por alcançar a perfeição, embora este solteiro bem sucedido não se comporte como um cavalheiro durante as vinte e quatro horas do dia… para delícia das mulheres mais atraentes de Boston.

 

Gail Fenton: É virgem, embora receie que não por muito mais tempo. E tudo por culpa do seu chefe, Nicholas, que transpira sensualidade. Ela garante que é imune aos seus encantos, mas em breve se verá encurralada entre os seus desejos e o bom senso.

 

Carlo e Moira Barone: São pais de oito filhos já adultos e, como tal, uns especialistas em preocupação. Mas quando se trata de questões do coração, ninguém sabe mais do que este casal, cujo amor venceu todos os obstáculos.

Prólogo

 

 

 

 

 

Ela era uma beleza de olhos azuis com um corpo capaz de enlouquecer qualquer um. Também tinha um coração de aço com o qual podia cortar um homem aos pedaços.

Se Nicholas Barone fosse supersticioso, teria pensado que sobre ele tinha caído a maldição do dia de São Valentim que, segundo rezava a lenda, pesava sobre a sua família. Quase dois anos antes, no dia 14 de Fevereiro, tinha o anel preparado e estava disposto a declarar-se a Danielle Smithson.

Recordou como tinha utilizado a sua chave para entrar no apartamento de Danielle, desejando surpreendê-la, mesmo a tempo de a ouvir dizer ao telefone a uma amiga que naquela noite ia «apanhar um dos grandes». Completamente segura do seu encanto, Danielle tinha-lhe dedicado todas as suas atenções perfeitamente calculadas para conseguir o seu objectivo, tal como descobriu Nicholas mais tarde. Tinha fingido estar louca por ele só para conseguir meter as mãos na fortuna da sua família.

Nicholas ainda sentia uma ponta de amargura ao recordar a desagradável cena que tinha tido lugar depois. Vendo que era inútil negar o evidente, Danielle tinha feito uso de todos os seus encantos femininos para tentar aplacá-lo. Talvez Nicholas fosse cem por cento americano, mas tinha sangue italiano a correr pelas suas veias, e jurou a si mesmo que aquilo tinha acabado.

Mesmo agora, sentado na escuridão do quarto da sua filha naquele dia de Janeiro, sentiu como voltava a ser assaltado por uma vaga de raiva. Nicholas dirigiu então o olhar para aquela menina de um ano cuja existência ignorava até há dez dias atrás. Assim que a sua relação com Danielle tinha terminado, esta tinha encontrado outro homem com uma conta corrente mais do que recheada e, pelos vistos, tinha tentado fazer Molly passar por sua filha.

Nicholas exalou um profundo suspiro e nele deixou escapar um pouco da sua amargura. Enquanto encontrava consolo a observar a inocência e a vulnerabilidade de Molly, ouviu o barulho de passos atrás de si. Imaginou que se trataria dos seus pais. Embora o seu pai o negasse, no que dizia respeito aos seus filhos, eram ambos profissionais da arte da preocupação. Nicholas voltou-se ao sentir a mão da sua mãe sobre o braço. O seu pai, um homem que sempre tinha conseguido inspirar ternura apesar de medir cerca de um metro e noventa, sacudiu a cabeça enquanto cravava o olhar no berço.

– Nunca poderei perdoar a essa mulher por te ter ocultado que tinhas uma filha – disse, sem poder dissimular a raiva. – Quando penso que nunca terias sabido se Danielle não tivesse morrido…

– Não devemos desperdiçar energia a perdoar Danielle – respondeu Nicholas, cuja própria ira era um reflexo da do seu pai. – Está morta. E eu tenho que concentrar todas as minhas forças em ajudar Molly a adaptar-se a viver comigo e a aceitar-me como seu pai…

– Molly vai aceitar-te rapidamente – afirmou a sua mãe, apertando-lhe suavemente o braço. – Continuo a dizer que eu poderia cuidar dela.

– Não quero que te canses – interveio Carlo Barone, passando um braço à volta dos ombros da sua esposa. – Ainda consegues fazer com que os homens virem a cabeça quando entras numa sala, mas não podes andar dia e noite atrás de uma criança de um ano.

Moira Barone não tinha nascido em Itália, mas isso não significava que não soubesse defender o seu território.

– Se tu podes continuar a dirigir a maior empresa fabricante de gelados da América, porque é que não posso eu correr atrás da minha neta? – perguntou, levantando o queixo com ar de desafio.

– Posso continuar à frente da empresa porque Nicholas é o meu braço direito e tenho absoluta confiança nele. Os meus filhos deixaram finalmente o ninho, e acho que ganhei o direito de ter a atenção incondicional da minha esposa ao final do dia, não achas?

Nicholas sorriu pensando em como o seu pai era possessivo. A sua mãe tinha sessenta e sete anos e, para Carlo, continuava a ser a luz da sua vida.

– Agradeço-te o facto de teres tomado conta de Molly nestes últimos dez dias, e gostaria que continuasses a dedicar-lhe alguma atenção – afirmou Nicholas à sua mãe.

Sabia que Moira era perfeitamente capaz de se encarregar da menina, mas também tinha consciência de que a sua filha exigia muita atenção. A pobre pequena chorava com frequência desde que tinha chegado à sua casa.

– Molly perdeu a mãe e sei que tenho que criar uma atmosfera estável à sua volta. A minha secretária faz muito bem o seu trabalho, mas as crianças não são o seu forte. Dadas as exigências da minha profissão, preciso de uma ama. Já entrei em contacto com algumas agências.

– Tens a certeza de que é a melhor solução? – perguntou a sua mãe, hesitante, enquanto observava o berço.

– Tenho – respondeu Nicholas.

– Nicholas tem razão. Ele ocupa-se da bambina e nós só temos que exercer o nosso papel de avós – disse o seu pai.

– E posso visitá-la sempre que quiser? – perguntou a sua mãe.

Nicholas sentiu que o seu coração se enternecia. A sua mãe já se tinha apegado à sua primeira neta, apesar dos seus contínuos soluços.

– Claro. Todos os dias, se quiseres.

– É uma menina linda – afirmou Moira voltando-se para ele. – É igual a ti quando eras bebé: o cabelo preto encaracolado, os olhos azuis, e esse queixo desafiante, igual ao do teu pai… o teu pai é um bom homem, Nicholas, e tu também. Molly tem muita sorte.

Nicholas sentiu que o seu coração se encolhia. Aquele voto de confiança da sua mãe era como um bálsamo para a sua alma atormentada. Ainda estava a recuperar-se da notícia de que era pai aos trinta e cinco anos e, Deus era testemunha, não tinha experiência nenhuma com crianças de um ano.

– Obrigado, mãe.

– É a mais pura das verdades – respondeu ela, beijando-o na face. – Vou buscar o meu casaco.

– Vou já – disse Carlo, apertando a mão da sua esposa.

Assim que Moira saiu, o seu pai aclarou a garganta antes de falar.

– Se precisares de alguma coisa, liga-me imediatamente.

– Eu cá me arranjo – respondeu Nicholas, assentindo com a cabeça.

– Isso sei eu – afirmou o seu pai. – Sempre soubeste ultrapassar todas as dificuldades. Gostaria muito que encontrasses um amor como aquele que existe entre mim e a tua mãe.

– Em vez disso, encontrei Danielle – respondeu Nicholas com amargura.

– És jovem – protestou Carlo – Ainda tens muita vida pela frente.

– Toda a minha atenção está concentrada agora na minha filha. Tendo uma ama, não preciso de nenhuma esposa.

– Uma ama não satisfaz todas as necessidades de um homem.

– Um homem não precisa de se casar para satisfazer esse tipo de necessidades – respondeu Nicholas secamente.

– Um dia vais compreender as necessidades do coração – afirmou o seu pai, apontando com o dedo indicador na sua direcção. – Mas, por agora, tens razão. Deves concentrar-se na tua filha. Ias pedir Danielle em casamento no dia de São Valentim, não é verdade? – perguntou Carlo após uns instantes de hesitação.

Nicholas sabia que o seu pai estava a pensar na maldição de São Valentim, que tinha deixado a sua marca em mais do que uma geração dos Barone. O seu pai nunca tinha dito que acreditava naquela lenda, nem que deixava de acreditar, mas referia-se a ela com certo receio.

– Sim, é verdade. Mas discutimos e ela deixou a cidade.

Seguiu-se então um silêncio pensativo. Carlo dirigiu o olhar para Molly.

– Se a maldição for verdade, desta vez a ti fez-te um favor.