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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2010 Elizabeth Power

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Orgulho e prazer, n.º 1336 - julho 2018

Título original: For Revenge or Redemption?

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-522-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

– As inaugurações são sempre enervantes, menina Tyler – disse a rapariga ruiva da pasta, para tranquilizar Grace enquanto ajustava um microfone à lapela cinzenta do seu casaco.

– Mas, nesta galeria, vai correr bem. Tenho a certeza! – percorreu com os olhos uma parede cheia de obras de arte contemporânea, serigrafias assinadas e cerâmicas expostas na enorme vitrina de vidro, que estava mesmo atrás de Grace.

– Primeiro, vamos gravar o exterior, portanto, só depois de algum tempo é que Grace aparece – esticou-lhe suavemente a lapela e, com dedos hábeis, tirou um cabelo. – Está pronta! A câmara vai adorá-la!

«O mesmo não se pode dizer da imprensa escrita!», pensou Grace, recordando como a tinham tratado mal depois de terminar a relação, há quatro meses, com o noivo Paul Harringdale, filho de um próspero banqueiro. Os adjectivos que as publicações sensacionalistas lhe atribuíram foram desde «frívola» e «caprichosa», a «a loura alta e sensual que não era capaz de tomar a decisão correcta, apesar de a sua vida depender disso». Todas as notícias tinham sido de muito mau gosto e o facto de a última frase ter vindo de um jornalista que tentara, sem sucesso, a sua sorte com Grace, fazia com que esse assunto não lhe fizesse perder o sono, embora a tivesse magoado de todas as formas.

– Boa sorte – disse alguém, de passagem, quando se abriram as portas e os convidados, os críticos e as distintas personalidades do mundo da arte começaram a entrar na galeria.

– Obrigada. Vou precisar – Grace sorriu por cima do ombro, reconhecendo a sua amiga Beth Wilson, uma morena escultural e «verticalmente desfavorecida», como gostava de se definir. Media pouco mais de metro e meio, e garantia a todos que, para ela, a vida consistia em olhar sempre para cima. Leal e eficiente, era a mulher que Grace tinha contratado para dirigir a pequena galeria de Londres, enquanto se dedicava ao seu principal objectivo na vida, que consistia em tentar recuperar a empresa de têxteis que o avô tinha fundado e que atravessava sérias dificuldades desde o falecimento dele, há precisamente um ano. E tudo isso sem o apoio moral de Corinne.

Desde que herdara do marido a sua parte da empresa, Corinne Culverwell deixara bem claro que não tinha qualquer interesse em envolver-se no negócio. E, naquele dia, em que choviam felicitações e votos de boa sorte de todos os lados, Grace lançou um olhar rápido em redor, perguntando-se porque é que a madrasta, nome que sempre lhe parecera desapropriado para uma mulher apenas três anos mais velha do que ela, tinha alegado, à última da hora, que já tinha um compromisso que a impedia de estar presente nessa noite.

Enquanto acompanhava dois convidados, que lhe tinham dado os parabéns junto da mesa onde se servia o champanhe, Grace viu que a equipa de televisão tinha saído para a rua. Obrigou-se a concentrar-se e encheu-se de coragem para a iminente entrevista. «Tem calma. Relaxa.»

– Olá, Grace.

Sentiu uma pontada nas costas ao ouvir aquelas duas palavras sussurradas, que a fizeram virar-se para o homem que as tinha pronunciado.

Seth Mason! Não conseguiu falar, nem sequer conseguiu respirar durante alguns instantes.

Aquela voz devia ter bastado para o reconhecer, uma voz grave, sem qualquer sotaque. Além disso, os seus traços masculinos, mais acentuados, se é que isso era possível, com o passar dos anos, eram impossíveis de esquecer. Quantas vezes sonhara com aquela cara angulosa, com aqueles olhos cinzentos sobre o imponente nariz? O cabelo preto e abundante, ligeiramente ondulado, formava uma curva na nuca e algumas madeixas caíam, de forma natural, sobre a testa.

– Seth… – a sua voz foi-se apagando, pela surpresa. Com o passar dos anos, tivera saudades e medo, na mesma medida, de o voltar a ver, mas nunca esperara que acontecesse algo parecido. Sobretudo ali. Naquela noite. Exactamente quando precisava que tudo corresse bem!

Do cimo da sua alta estatura, olhou-a com olhos penetrantes e a sua boca, a mesma que a tinha deixado louca quando a beijara, contorceu-se, numa expressão jocosa, ao ver como Grace estava perturbada.

– Quanto tempo passou, Grace? Oito… Nove anos?

– Não… Não me lembro – balbuciou. Mas sim, lembrava-se. Os poucos e maus encontros que tivera com ele continuavam gravados na sua memória. Tinha sido há oito anos, pouco depois do seu décimo nono aniversário, quando acreditava que na vida tudo era preto no branco, que a vida decorria de acordo com os seus desejos e que conseguiria tudo aquilo que quisesse. Mas, desde então, tinha aprendido duras lições e nenhuma fora mais dolorosa do que a que resultara da sua breve relação com aquele homem, pois descobrira que tudo tem um preço e que ele pode ser muito alto.

– Não te lembras ou não te queres lembrar? – perguntou cortesmente, em tom de desafio.

Lutando para não recordar coisas nas quais não queria sequer pensar, ficou aliviada ao ver que a vitrina das cerâmicas os separava do resto dos convidados. Ignorou aquele sarcasmo disfarçado e disse, dando uma risada nervosa:

– Bem… Que coincidência encontrar-te aqui!

– Coincidência.

– Que bela surpresa!

– Não duvido.

Estava a sorrir, mas não havia carinho nos seus olhos cinzentos. O seu olhar estava mais perspicaz e exigente, se é que isso era possível, do que quando tinha… Quantos? Vinte e três? Vinte e quatro anos? Através de alguns cálculos rápidos, chegou à conclusão de que ele devia ter agora trinta e poucos anos.

A tensão entre eles aumentava cada vez mais e, num esforço para mitigar esse desconforto, apontou com o queixo para um conjunto de aguarelas de um artista prometedor e perguntou:

– Gostas de arte contemporânea?

– Sim, entre outras coisas.

Ela não mordeu o anzol. Tinha a certeza de que ele estava a tramar alguma e não queria sequer pensar no que poderia ser.

– Estavas de passagem na zona? – o nome dele não estava na lista. Caso contrário, ter-se-ia dado conta. Não estava vestido de forma elegante, como muitos outros convidados. Usava uma camisa branca aberta sob um casaco de pele, que não disfarçava a largura dos seus ombros, e as suas pernas compridas, envolvidas numas calças de ganga pretas, marcavam uma cintura e ancas estreitas, sinal de que treinava intensamente, com regularidade.

– Não achas que isso seria demasiada coincidência? – respondeu, em voz baixa. Mas não lhe deu mais informações sobre como tinha conseguido atravessar a soleira da porta da pequena galeria e, naquele momento, Grace estava demasiado nervosa para se interessar pelo assunto.

Olhou em redor, com mais atenção, e perguntou:

– Não vês nada de que gostes? – e, ao ver a forma como ele sorria, desejou repreender-se por não ter escolhido as palavras com mais cuidado.

– Essa é uma pergunta um pouco directa, não achas? – ela corou, enquanto imagens, cheiros e sensações invadiam cada recanto da sua mente. – Mas penso que a resposta deveria ser algo como: «Gato escaldado de água fria tem medo».

Portanto, ainda guardava rancor pela forma como o tinha tratado! E não ajudou o facto de pensar que, certamente, também guardaria se estivesse no lugar dele.

– Vieste para dar uma olhadela ou só para mandar tiros para o ar?

– Até parece que sou um franco-atirador – replicou ele, rindo-se.

– Ah, sim?

«Porque será?», pensou Grace com ironia, detectando uma mortífera determinação por detrás daquela aparência serena e incapaz de adivinhar exactamente no que consistia.

Olhou para ela de soslaio e umas escuras madeixas caíram-lhe sobre a testa. Tudo isso fez com que Grace sentisse nos dedos um desejo ardente e absurdo de lhos desviar da cara.

– Continuas a responder às perguntas com outra pergunta?

– Parece que sim – ficou surpreendida por ele se lembrar daquilo, embora não tivesse esquecido, nem por um momento, as escaldantes horas que tinham passado juntos. Olhou-o directamente nos olhos: – E tu? – na altura, ele trabalhava como ajudante num estaleiro e era muito mais atraente do que qualquer outro jovem que ela conhecia daquele estrato social. – Ainda vives em West Country? – ele assentiu, de forma pouco perceptível. – E continuas a entreter-te com os barcos?

Era o nervosismo que a fazia parecer tão insultuosa, mas pela forma como Seth franziu os olhos cinzentos, era óbvio que estava a interpretá-la da pior forma.

– Parece que sim – afirmou, arrastando as palavras para as lançar de volta. – Mas o que esperavas de um jovem com demasiadas ideias acima das suas possibilidades?

Ela estremeceu ao recordar as coisas que fizera em jovem.

– Isso já foi há muito tempo.

– E isso justifica o teu comportamento?

«Não, porque nada o justificaria», pensou, envergonhada, o que fez com que respondesse num tom frio:

– Não estava a querer justificar nada.

– Então o que queres, Grace?

– Achas que estou em dívida contigo?

– E não estás?

– Pelo amor de Deus, isso já foi há oito anos!

– E tu continuas igual. Rica, mimada e totalmente indulgente contigo mesma – esta última observação veio acompanhada de um olhar rápido e calculista pela galeria recentemente reformada, cheia de obras de arte caras, boa porcelana e móveis de bom gosto, que se deviam mais ao gosto de Grace pelo design, do que a um gasto excessivo. – E eu continuo a ser o rapaz pobre, que vive do lado errado da cidade.

– E a culpa é de quem? – a atitude hostil de Seth despertava espirais de receio no seu interior. – Minha não é! E continuas empenhado em… Em…

– Dissecar a tua personalidade? – ele sorriu, gostando de a ver a perder a compostura.

– Vou ter de dizer para te porem na rua – disse ela, em voz baixa, esperando que ninguém a ouvisse.

A forma como ele levantou a sobrancelha fê-la lembrar-se do ridículo daquela ameaça. A sua enorme estatura conferia-lhe uma força e uma forma física que o colocava a anos-luz de qualquer outra pessoa que circulava na galeria. Depois, voltou a mostrar o mesmo sorriso desafiante.

– Vais fazê-lo tu, pessoalmente?

Grace foi percorrida por uma inoportuna sensação, ao imaginar-se a agarrá-lo e ao recordar a forma como tinha sentido o seu corpo firme e quente, a força dos seus músculos, a suavidade da sua pele húmida.

– Foi o que pensei – comentou ele.

Parecia tão confiante, tão seguro de si mesmo, que Grace ficou espantada e perguntou-se o que o fazia pensar que podia entrar ali e insultá-la e, ao mesmo tempo, porque é que não tinha evoluído. Parecia tão ambicioso, tão cheio de expectativas, tão determinado. E era essa determinação de conseguir o que desejava que o tornava tão atraente aos seus olhos…

– Porquê esse sorriso de Mona Lisa? – perguntou ele. – Provoca-te algum tipo de satisfação perversa saber que a vida acabou, por não ser aquilo que nós pensávamos que seria… Nem para ti, nem para mim?

Grace baixou o olhar para não ver a petulância que havia nos seus olhos. Se ele, por acaso, pensava que estava a troçar dele por não ser alguém importante, estaria sem dúvida a gostar de recordar um futuro que ela tinha tomado por garantido, quando era jovem e estupidamente ingénua.

– Não tanta satisfação como a que te parece provocar a ti.

Ele inclinou a cabeça, num gesto galante.

– Então, estamos empatados.

– A sério? – pegou num copo de champanhe da bandeja que lhes era oferecida, embora tivesse decidido, com antecedência, manter a cabeça desanuviada naquela noite. Viu que Seth não concordava, negando com a cabeça. – Não sabia que estávamos a competir.

– Nem eu – a sua boca sensual esboçou uma curva, expressando uma espécie de regozijo interior. – Estamos? – a pergunta apanhou-a desprevenida e ele continuou antes que ela conseguisse pensar numa resposta apropriada. – Já não te invejo, Grace. Nem às pessoas como tu. Nunca consegui dominar a arte de usar os outros a meu bel-prazer, para conseguir o que queria, mas estou a aprender. Nem nunca achei necessário fazer o que esperavam que eu fizesse, para impressionar o meu círculo selecto de amigos.

O entrevistador saíra para a rua com a equipa de filmagem e estava a falar com o produtor. A qualquer momento, aproximar-se-ia para falar com ela.

Assustada, pensou que aspecto teria, sentindo-se totalmente angustiada depois de se encontrar cara a cara com Seth Mason.

– Se o que queres é descarregar em cima de mim as tuas frustrações e as tuas desilusões, porque as coisas não correram como esperavas – corada e incomodada com o suor, respirou fundo, tentando manter a calma e o controlo, – podias ter escolhido um momento mais oportuno. Ou a tua intenção, ao vires aqui, era simplesmente a de me perturbar?

Ele sorriu e o seu rosto mostrou, de repente, uma inocência divertida.

– E porque haveria de querer fazer algo parecido?

Ele sabia porquê, ambos sabiam. Grace quisera esquecer, mas era óbvio que ele nunca o tinha feito. E, desesperada, percebeu que nunca iria fazê-lo.

– Só queria ver com os meus próprios olhos o novo negócio de Grace Tyler, embora verifique que não é totalmente novo. Sei que herdaste esta loja há uns anos e que transformaste um negócio mal sucedido e pouco viável no templo das Belas-Artes que hoje tenho à minha frente.

Grace sabia que Seth podia ter recolhido aquelas informações de qualquer revista cor-de-rosa, mas continuava sem gostar da sensação de ele ou qualquer outra pessoa saber tanto sobre ela.

– Uma actividade muito diferente do mundo da indústria têxtil – comentou ele. – Mas a verdade é que eras uma jovem promissora… No que diz respeito à arte… – aquela hesitação intencional mostrou exactamente o que pensava de outros traços do seu carácter – Já lá vão oito anos. Esperemos que tenhas mais sorte com isto – apontou com o queixo – do que tiveste como administradora da Culverwell… Ou até mesmo em qualquer uma das tuas relações.

Profundamente magoada pela óbvia referência à sua recente ruptura e aos problemas da sua empresa, Grace levantou os olhos com o rosto desfigurado.

«Será que ele veio troçar de mim?»

– A minha vida sentimental não te diz respeito – decidiu que a única forma de lidar com Seth era pagando-lhe na mesma moeda, porque estava claro que um homem tão ressentido como ele não lhe ia perdoar a forma como o tratara, nem que ela se ajoelhasse no chão para lhe pedir perdão, coisa que não tinha a mínima intenção de fazer. – E, quanto à minha vida profissional, acho que também não é assunto que te interesse.

Ele encolheu os ombros, de forma despreocupada.

– Interessa a todos – declarou, ignorando o seu acesso de raiva. – A tua vida sentimental e profissional é do domínio público. Basta dar uma olhadela aos jornais para saber que a tua empresa vai mal.

Os meios de comunicação estavam cheios daquele tema e acusavam-na e à equipa de administração da Culverwell de serem os principais responsáveis pelo descalabro, quando qualquer pessoa que não tivesse uma opinião negativa sobre Grace sabia que a empresa fora apenas mais uma vítima da recessão económica.

– Duvido que um ajudante de estaleiro de… Da Cochinchina tenha credibilidade para me dar conselhos sobre a forma de resolver os meus assuntos – não lhe queria dizer aquelas coisas, nem ser tão cáustica no que dizia respeito à forma como ele ganhava a vida, mas não conseguiu evitar, devido à atitude autoritária e petulante dele.

– Tens razão, não é assunto do meu interesse – dedicou um sorriso encantador à mulher ruiva que esperava pela directora da galeria, a poucos metros dali, indicando a Grace que estavam preparados para a entrevistar. – Bem, como disse antes, desejo-te muita sorte.

– Obrigada – respondeu Grace, de forma mordaz, consciente de que algo na sua voz indicava que os votos de boa sorte daquele homem não eram sinceros. Mesmo assim, forçou um sorriso e foi-se embora para se reunir com o entrevistador, desejando ter de fazer qualquer coisa menos enfrentar uma câmara, depois de ter passado por aquele reencontro inesperadamente difícil com Seth Mason.

 

 

Lá fora, sob o ar frio de Novembro, Seth parou e observou-a através da montra repleta de quadros. Grace estava diante de um jornalista famoso por fazer transpirar os seus entrevistados, mas esboçava um sorriso suave e adequado, e parecia calma e relaxada. Era ela e não o contrário, que deixava o entrevistador desconcertado com os seus olhos azuis.

Seth achou que ela continuava a ser uma sílfide e igualmente bonita. Não lhe custou percorrer com o olhar aquele rosto encantador, realçado pelo cabelo claro e encaracolado, e as suaves curvas que se insinuavam sob o fato que tinha vestido, e que tanto a favorecia. Mas, quando reparou na excitação que isso lhe provocava, disse a si mesmo que Grace não tinha mudado e que não devia esquecer o tipo de mulher que era, capaz de brincar com os sentimentos de um homem até se fartar dele. A forma como o tinha deixado e ao último pobre coitado, o seu noivo, eram a prova disso. Continuava a ser uma snobe.

Ela precisava de alguém que lhe fizesse ver que não podia levar sempre a sua avante, alguém que lhe exigisse respeito e que o conseguisse. Em suma, ela precisava de alguém que lhe baixasse a crista e ele ia ter a enorme satisfação de o fazer.