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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Barbara Hannay

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Novamente apaixonada, n.º 1171 - Setembro 2015

Título original: Her Cattleman Boss

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7172-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Kate Brodie, com a mala no chão e com o casaco no braço, observou a terra árida, o horizonte infinito, o lugar onde sofrera a sua primeira e mais grave desilusão amorosa.

Esperara não sentir nada ao regressar ao deserto australiano depois de nove anos, contudo, ao ver a velha casa ao sol, sentiu o seu estômago às voltas.

Uma reacção muito desconfortável depois de tantos anos.

Já não era a adolescente ingénua inglesa que fora para o rancho do seu tio passar umas férias… e que se apaixonara loucamente por Noah Carmody, o bonito capataz.

Kate voltou a olhar para a casa silenciosa, com o seu telhado inclinado sobre o corrimão do alpendre como um velho chapéu, e sentiu um nó na garganta.

Quase conseguia ver o seu tio Angus de pé no primeiro degrau, esperando para lhe dar as boas-vindas, o seu cabelo branco a brilhar ao sol e um sorriso tão aberto como os seus braços.

Angus vivera praticamente toda a sua vida na Austrália, um sítio que Kate sempre considerara o fim do mundo, no entanto, fora o seu único parente e adorara saber que estava ali, como uma âncora. Era tão difícil aceitar que tivesse partido para sempre…

O autocarro que a levara até ali desde Cunnamulla já desaparecera pela estrada e a única coisa que tinha diante dela era um vasta extensão de terra avermelhada com moitas de erva seca.

Nas cartas, o seu tio falara-lhe da seca prolongada naquela zona da Austrália, porém, ficou surpreendida com aquela desolação.

Nove anos antes, aquelas mesmas moitas cinzentas tinham sido erva verde e os riachos tinham tido água fresca. A casa estivera rodeada por um bonito jardim cheio de flores…

Contudo, o jardim desaparecera e a erva secara por completo. Como a casa, que perdera o seu esplendor. Tinha um aspecto triste e descolorido, como se também tivesse sucumbido à crueldade do sol.

Quatro frangipani solitários tinham sobrevivido à seca e permaneciam de pé, dois em cada lado dos degraus do alpendre, como damas de honor num casamento. As suas flores amarelas e cor-de-rosa eram um contraste quase ridículo com a paisagem desolada.

O sonho de um fotógrafo.

No entanto, aquele não era momento para fotografias.

Uma rajada de vento levantou uma nuvem de pó e Kate fechou os olhos. Aquilo era demasiado. Estava exausta depois da viagem.

Para além disso, ainda tinha de se encontrar com Noah.

No entanto, isso não ia ser um problema. Tinha a certeza de que Noah Carmody teria esquecido o seu amor adolescente louco há muito tempo. Para além disso, tudo acontecera quando tinha dezassete anos. O pobre Noah devia ter sentido pena por ela quando decidira dar-lhe um beijo…

Infelizmente, ela respondera com uma paixão que o deixara surpreendido. Isso era o mais embaraçoso. Kate esperava que tivesse esquecido tudo.

Então era uma jovem louca e desesperadamente apaixonada. Concentrando-se no beijo mais do que na posterior rejeição, voltara para Inglaterra com a cabeça cheia de sonhos: ia deixar a escola, procurar trabalho e poupar dinheiro para voltar para a Austrália.

Planeara voltar e tinha a certeza de que, com o tempo, teria conseguido conquistar o seu coração.

Como fora tola e patética ao recusar a oportunidade de ir para a universidade! Deixara tudo por aquele sonho…

Então, precisamente quando poupara dinheiro suficiente para voltar para a Austrália, recebera a notícia de que Noah se casara com uma rapariga australiana.

Mesmo depois de tantos anos, a lembrança da carta do seu tio fazia com que sentisse um aperto no coração. Graças a Deus que, com o tempo, recuperara. Agora tinha um namorado, Derek Jenkins, um banqueiro londrino, e estava convencida de que finalmente esquecera Noah. Completa e permanentemente.

Kate aproximou-se dos degraus e o velho cão pastor que dormitava à sombra do alpendre levantou-se com dificuldade para se aproximar dela, abanando a cauda cinzenta e branca.

Ela parou, assustada. Esperava que começasse a ladrar, contudo, o animal permaneceu em silêncio.

– Está alguém em casa?

O cão voltou a abanar a cauda e depois retirou-se para a sombra do alpendre.

Kate entendia que fugisse do sol, porque ela mesma estava a transpirar, por isso subiu os degraus do alpendre para procurar a sombra…

Parou de repente.

O homem em que pensara durante anos estava sentado numa cadeira. Sem camisa.

Kate engoliu em seco.

Tinha a cara tapada por um chapéu, um akubra típico da zona, porém, ela nunca conseguiria esquecer aqueles ombros largos. O seu peito, nu e bronzeado, descia e subia ritmicamente.

Em contraste, a respiração de Kate estava estranhamente agitada.

Era a surpresa, disse para si, de encontrar Noah Carmody a dormir a meio do dia. Era última coisa que teria esperado.

Sabia que estava a invadir a sua intimidade, no entanto, não conseguia deixar de olhar para ele.

Em silêncio, deu outro passo e as tábuas do chão rangeram, contudo, Noah não se mexeu. Os olhos de Kate estavam fixos na sua mão esquerda, de dedos compridos, apoiada sobre a fivela do cinto.

Com cuidado, deixou a mala no chão e continuou a olhar para ele. Tinha as ancas magras, as coxas fortes e as suas pernas pareciam intermináveis. Tirara uma bota e o seu pé direito parecia agora estranhamente vulnerável, com uma meia azul com um buraco. Sem dúvida, adormecera antes de conseguir tirar a outra bota…

Os lábios de Kate formaram o nome de Noah, contudo, não saiu som algum da sua garganta. Ficou em silêncio.

Olhou à sua volta, porém, estava tudo solitário. Não ia encontrar ajuda por ali.

A casa estava em silêncio e a porta estava ligeiramente aberta. Ao lado da porta, estava pendurado um velho chapéu e um cinto de pele com uma faca no bolso. A possibilidade de que o seu tio os tivesse deixado ali para os usar em algum momento fez com que os seus olhos se enchessem de lágrimas.

Alguém devia estar acordado… A mulher de Noah ou a cozinheira, alguém. No entanto, se levantasse a voz, acordá-lo-ia e não queria fazer isso. A ideia de que Noah Carmody, o rapaz por quem se apaixonara com dezassete anos, olhasse para ela com os seus lhos cinzentos fazia com que se encolhesse de medo.

Contudo, não teria de o acordar se fosse pela porta das traseiras, pensou. Certamente, a sua mulher estaria na cozinha. Era quase meio-dia e alguém teria de estar acordado.

Virando-se com cuidado, dirigiu-se para os degraus em bicos dos pés para que a madeira não rangesse. Contudo, quando estava a meio do caminho, ouviu uma voz grave atrás dela.

– Kate.

Ela virou-se.

Noah levantara-se da cadeira. Era tão alto e tão incrivelmente atraente.

– És Kate, não é?

– Sim – conseguiu dizer ela. – Olá, Noah!

– Sim, claro que és tu – o sorriso de Noah Carmody deixava ver uns dentes muito brancos em contraste com o seu rosto bronzeado. – Mais ninguém tem essa cor de cabelo.

Quando se aproximou, Kate pensou por uma décima de segundo que ia abraçá-la e, com uma tranquilidade alarmante, preparou-se para estar nos seus braços.

O seu peito nu seria quente e forte, a sua pele, tão suave, esconderia uns músculos duros como as pedras depois de tantos anos a trabalhar no rancho. Aqueles braços espantosos estariam à sua volta mais uma vez. Tão sedutores, tão estimulantes depois de uma viagem longa.

Porém, Noah não a abraçou. Não, claro. Devia ter imaginado que se mostraria atencioso mas distante, como sempre.

Noah estendeu a mão para apertar a sua.

– Bela surpresa… Uma bonita surpresa. Receio que a casa esteja um pouco desorganizada desde a morte de Angus, mas fico muito contente por te ver.

– Eu também.

Tinha olheiras e as suas maçãs do rosto pareciam mais salientes do que nove anos antes.

– Tive um desgosto horrível ao saber da morte do meu tio – murmurou Kate.

Noah observou a sua pele de porcelana, a roupa amarrotada da viagem, o cabelo vermelho como o fogo…

Depois pareceu aperceber-se de que não usava camisa e sorriu. Pegou na camisa e vestiu-a.

Kate observou-o a abotoar os botões devagar, como um striptease, mas ao contrário, até que o seu peito fantástico desapareceu.

Esperava não ter suspirado, mas não podia ter a certeza.

Depois Noah voltou a sentar-se para calçar a bota.

– Como podes ver, não estava à tua espera. Lamento muito, receio que o funeral acabou muito tarde.

– O funeral? – repetiu ela.

– Claro, celebrou-se ontem. Depois, em sua honra, reunimo-nos no pub Blue Heeler, em Jindabilla. Toda a gente do estado foi – os olhos de Noah brilharam por um momento. – Fizemos aquilo que o teu tio teria gostado.

– Mas… mas… – Kate não conseguiu disfarçar o tremor da sua voz. – Já se celebrou o funeral?

Então Noah pareceu entender o que se passava.

– Lamento imenso. Ninguém nos disse que vinhas.

Ela olhou para ele, incrédula.

– Não? – perguntou com os olhos cheios de lágrimas. Como podia ter acontecido algo do género? Fora para a Austrália precisamente porque não quisera perder o funeral do seu tio. – Porque não esperaram por mim?

– Lamento. Não sabíamos… Eu não sabia que tu vinhas.

– Mas eu disse que viria – protestou Kate. – Telefonei e falei com alguém. Disse-lhe que chegaria um dia mais tarde do que o previsto, mas que viria.

Teve de morder o lábio para conter um soluço. Noah não sabia como amara o seu tio e não conseguia entender que sacrificara um trabalho importante para ir para a Austrália ou que fora apesar da surpreendente indiferença da sua mãe perante a morte do seu irmão.

Quando anunciara que pensava ir ao funeral de Angus, a sua mãe mostrara-se surpreendida, quase ofendida.

– Querida, ninguém te espera lá.

No entanto, Kate estava habituada à antipatia que sentiam pelos seus parentes australianos e decidira ignorá-la. O seu namorado, pelo contrário, incentivara-a a ir com um interesse desconcertante.

– É claro que deves ir. Fica o tempo que quiseres… Tira umas pequenas férias.

Não lhe dissera que ia ter saudades dela. Até que lhe perguntara. Então, naturalmente, respondera que não deixaria de pensar nela.

Por isso, apesar de tudo, Kate decidira ir. Quisera demonstrar àquela comunidade que, pelo menos, alguém da família de Angus Harrington se importava com a sua morte.

Por isso quisera assistir ao serviço religioso, com um padre a rezar pelo seu descanso eterno. Sem isso, sentia como se não pudesse dizer-lhe adeus a sério.

E tudo… Os quase vinte mil intermináveis quilómetros de avião, depois numa avioneta não muito maior do que um pássaro e depois, finalmente, num velho autocarro por aquela estrada cheia de buracos… para nada.

Kate levantou o olhar.

– Falei com uma mulher… Pensei que era a cozinheira. Não posso acreditar que não vos tenha dito que eu vinha.

Noah apertou os lábios.

– Não podes ter falado com Ellen. Estava tão desgostada depois da morte de Angus que tive de a levar à cidade, para casa da sua irmã.

Kate suspirou, zangada.

– Pois não sei quem era, mas eu falei com alguém. A chamada caiu várias vezes, mas disse-lhe que estava em Heathrow. Tinha havido uma tempestade de neve em toda a Inglaterra e os aviões saíam com um atraso de vinte e quatro horas.

Suspirando, Noah enfiou as mãos nos bolsos das calças.

– Lamento imenso. Ninguém me deu a tua mensagem. Acho que… Deves ter falado com Liane.

– A tua mulher?

– A minha ex-mulher. Voltou para o funeral.

– Ex-mulher?

– Divorciámo-nos antes do Natal.

Kate teve de fazer um esforço para respirar, o que não era nada fácil quando o seu coração era invadido pela emoção. Noah não era casado.

– Lamento muito, Kate.

O seu tom de voz derrotado surpreendeu-a, no entanto, não lhe deu mais explicações. Era quase como se lhe parecesse normal que a sua ex-mulher se tivesse esquecido de lhe dar o recado.

Kate não teve outra opção senão aceitar que perdera o funeral. Era um facto consumado.

Contudo, fora uma viagem tão longa…

Noah pegou na sua mala e, com o tom do deserto australiano, disse-lhe:

– É melhor entrares. Vou fazer um café.

– A verdade é que preferia um chá.

Ele fez-lhe um gesto para que entrasse e atravessaram um longo corredor que, se bem recordava, dava directamente para a cozinha.

– Vou deixar a tua mala no quarto de hóspedes.

– Estás sozinho em casa?

– Por enquanto. Mas Ellen voltará em breve.

– Posso ficar aqui esta noite?

– Sim, claro – Noah olhou para ela com surpresa. – Ninguém espera que voltes a apanhar um avião de volta para Inglaterra.

– Não poderia fazê-lo, na verdade.

– Este quarto é teu durante o tempo que quiseres.

– Obrigada.

Kate olhou à sua volta. Era espantoso como tudo lhe era tão familiar depois de tantos anos. Reconhecia a cama com cabeceira de bronze, a porta de vidro que dava para o alpendre, a colcha de croché banco…

As cortinas tinham perdido a cor, no entanto, o velho armário de carvalho com um espelho ovalado diante da cama continuava ali. Tinha a certeza de que era o quarto onde dormira nove anos antes.

Sim… Reconhecia a fotografia do seu avô na parede. Com o seu cabelo grisalho, o bigode e a postura erecta, sentado numa cadeira de vime no alpendre, com o seu cão fiel aos pés, parecia um rajá.

Recordava a emoção que vivera nesse Verão, como ficava no alpendre, à espera de ver Noah. A loucura do amor juvenil, sobretudo quando este não era correspondido. E a vergonha. Kate sentiu um calafrio embora, felizmente, Noah não parecesse aperceber-se.

Depois de deixar a sua mala, foram para a cozinha, que também não mudara muito. Alguém deixara um pano de cozinha branco e verde sobre as costas de uma das cadeiras e havia um monte de utensílios pendurados na parede.

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Kate observou Noah a mexer-se pela cozinha. Parecia estar em casa… porque estava. Como estava em casa quando trabalhava com os animais ou a montar a cavalo. Aquele era o seu lugar e não conseguia imaginá-lo a viver noutro sítio

– Não vejo porque teria de ir ao notário.

– És sobrinha de Angus. Deverias estar presente.

– A minha mãe era irmã de Angus, mas tu sabes que não tinham contacto.

A chaleira começou a apitar e Noah virou-se para a afastar do lume. Kate ficou espantada ao ver como conseguia fazer com que uma coisa tão caseira pudesse parecer tão masculina.

– Se quiseres, posso telefonar a Alan Davidson, o notário, para lhe perguntar se tens de ir.

– Se insistes… Mas espero que não seja preciso. Estou exausta.

– O chá vai animar-te um pouco. Importas-te de te servir? – perguntou Noah. – Vou telefonar ao cartório.

– Não, é claro que não.

Enquanto ele saía da cozinha, Kate serviu-se de uma chávena de chá e aproximou-se da janela para observar os armazéns e o espaço vasto e desolado à sua volta.

Aquela propriedade, chamada Radnor porque o avô de Kate adorava as colinas Radnor em Inglaterra, não parecia uma grande herança.

Contudo, recordava o seu tio a dizer que naquela zona se encontravam as melhores terras de pastos de Queensland. Uma boa temporada de chuvas conseguia mudar o distrito numa questão de dias.

Os rios, com nomes exóticos como Barcoo, Bulloo ou Diamantina, levavam água do norte para centenas de riachos, ensopando a terra seca e devolvendo-lhe a vida.

As pessoas que viviam ali precisavam de muita fé para suportar os maus tempos, no entanto, segundo eles, valia a pena. No entanto, a mãe de Kate, em Inglaterra, nunca entendera isso.

Noah, por outro lado, conhecia-o por experiência própria.

Kate bebeu outro gole de chá e suspirou. Estava exausta. O desfasamento horário fazia com que sentisse a cabeça às voltas e continuava a sentir-se terrivelmente decepcionada por ter perdido o funeral do seu tio.

Quando se virou, Noah entrava novamente na cozinha.

– Alan Davidson disse-me que tens de ir à leitura do testamento.

Kate abanou a cabeça. Aquelas pessoas não entendiam o que era o desfasamento horário? Não conseguia suportar a ideia de voltar a seguir por aquela estrada horrível até Jindabilla…

– Estou demasiado cansada, não posso. Certamente adormeceria enquanto está a ler o testamento.

– Bebe outra chávena de chá e descansa um momento – Noah falava com voz pausada, mas com uma autoridade inegável. – Podes usar a casa de banho à frente do teu quarto. Mas temos de ir às duas e meia.

Kate soube que acabava de receber uma ordem.