Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2010 Leanne Banks. Todos os direitos reservados.

OS SEGREDOS DA NOIVA, N.º 997 - Maio 2012

Título original: Secrets of the Playboy’s Bride

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em portugués em 2011

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

I.S.B.N.: 978-84-687-0295-7

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

Capítulo Um

Leonardo Grant agarrou a mulher pelos braços, absorveu o seu impacto feminino e usufruiu do seu cabelo loiro e das suas sedutoras curvas antes de sentir que algo frio e húmido lhe escorria pelo peito.

– Ora – disse a loira com expressão pesarosa, olhando do copo vazio para a sua camisa. – Desculpe. Não costumo ser tão desajeitada. Não vi por onde ia. Vou buscar um guardanapo.

Apesar do incidente, aquela mulher emanava classe. Isso não o devia ter surpreendido, já que estavam numa das festas benéficas mais exclusivas da cidade. Leo perguntou-se quem seria o seu acompanhante. Uma mulher tão bela não podia estar só.

– Não se preocupe – disse com naturalidade. – Eu próprio vou buscá-lo.

– É que me sinto pessimamente. E você deve sentir-se ainda pior, com a camisa ensopada – replicou ela, chamando um empregado.

Cativado pelos seus nervos, Leo permitiu que o ajudasse enquanto a estudava da cabeça aos pés. A melena loira e sedosa, que lhe chegava aos ombros, emoldurava um rosto ovalado de olhos verdes, nariz arrebitado e boca sensual. Baixou mais a vista e reparou no corpo, esguio, mas curvilíneo. A julgar pelos bíceps, devia fazer exercício. O vestido sem alças deixava à vista a parte superior de uns peitos leitosos e marcava-lhe a cintura fina. A racha da saia permitiu-lhe intuir umas bonitas pernas.

Ela franziu a testa enquanto lhe limpava o peito.

– Talvez possamos encontrar outra camisa – sugeriu.

Leo conteve uma gargalhada. Podia ter ali outra camisa em cinco minutos se quisesse, mas ela era bem mais interessante.

– Eu aguento – disse-lhe, – mas devíamos era repor o seu copo.

– Não sei – hesitou ela. – Talvez o facto de lhe ter atirado a Margarita à camisa deva fazer com que o considere, embora fosse a primeira que bebia esta noite.

Leo encolheu os ombros.

– Se não conseguiu beber a primeira – disse-lhe, estendendo-lhe a mão. – Sou Leo Grant.

– Calista – respondeu ela, estreitando-lhe a mão. – Calista French. É muito compreensivo. A sério que lamento o ocorrido.

O seu apelido era-lhe familiar, de modo que Leo tentou recordar de onde. Tinha ouvido tantos nomes ao longo dos anos. Embora após a fuga, tivesse tentado esquecê-los todos.

– Não faz falta que se desculpe mais. Tirou-me do aborrecimento.

Ela olhou-o nos olhos durante uns segundos.

– Não parece ser dos que se permitem aborrecerse.

– Não – admitiu ele, sentindo que a atracção os atingia a ambos. – De todos os modos, não tinha pensado ficar muito mais.

– Que sorte – disse-lhe ela baixinho. – Eu sou membro da equipa que patrocina a festa, de modo que não poderei sair daqui, pelo menos não tão cedo. Se aguento, é só porque acredito na causa deste ano, a das crianças maltratadas. E na minha opinião, em segundo lugar deveria estar o programa de acompanhamento para jovens de zonas urbanas deprimidas.

– É tutora? – perguntou-lhe Leo, surpreendido por uma mulher como ela querer passar o tempo com jovens desfavorecidos.

– Com certeza – respondeu ela com sensualidade.

– Você não?

– Poderia sê-lo. Talvez me pudesse contar mais alguma coisa a respeito do programa se formos tomar algo ou jantar um dia destes – tirou um cartão-de-visita do bolso e pôs-lho na mão.

Calista mordeu o lábio e olhou-o.

– Posso pedir à directora do programa para lhe ligar. Ela conhece as necessidades específicas melhor do que eu.

– Está a recusar o meu convite para jantar? – perguntou-lhe Leo.

Ela pigarreou.

– Ensinaram-me que uma mulher nunca faz o primeiro telefonema. Em especial, após ter derramado uma bebida para cima de um homem. Agora, tenho de ir. Foi um prazer.

Leo observou como se afastava, apreciando a curva das suas costas. De modo que não queria dar o primeiro passo. Isso não era um problema. Embora não tivesse o seu número de telefone, não demoraria a consegui-lo. Calista French despertava a sua curiosidade. Quando se tratava de mulheres, Leo conseguia sempre o que se propunha. Infelizmente, assim que eram conscientes da sua riqueza, todas se esforçavam em comprazêlo. Chegado a esse ponto, ele aborrecia-se logo, mas Calista intrigava-o. Além das qualidades que saltavam à vista, tinha gostado do som do seu riso e do brilho dos seus olhos. Pensou que ultimamente trabalhava demasiado, dar-lhe-ia jeito uma distracção. E aquela não parecia das que se deixavam impressionar demasiado pelo dinheiro. Era evidente que provinha de bom berço, ao contrário dele. No fundo, Leo procurara sempre a mulher perfeita para que o encaminhasse.

Calista afastou-se de um dos homens mais ricos do mundo com o coração acelerado. Respirou fundo e aceitou a garrafa de água que o empregado lhe oferecia a caminho da outra ponta da grande sala. Não costumava beber álcool porque tinha de estar sempre em guarda desde que o seu pai falecera. Havia sempre demasiadas coisas em jogo.

O tempo diria se aquela apalpadela de terreno com Leonardo Grant teria sucesso. Era o tipo de homem que gostava de desafios, e ela passara os dois últimos meses a planear como o converter no seu desafio. Era mais bonito em pessoa do que nas poucas fotografias que vira dele nos jornais. Era alto, com o cabelo escuro e os olhos negros, e tinha um ar perigoso.

Calista sabia que era muito generoso com as causas caritativas. Era provável que estivesse a fazer a sua própria penitência pelo que o seu pai fizera. Poucas pessoas sabiam que Leo Grant era filho do falecido, e pouco chorado, Clyde Hawkins. Talvez Leo tivesse dinheiro suficiente para apagar a maior parte do seu passado, mas ela tinha uma fotografia de Clyde Hawkins e do rapaz que arruinara o seu pai. O rapaz da foto era Leo Grant que, embora não soubesse, a ia ajudar.

No sábado à tarde, Calista estacionou o seu velho BMW diante da casa da sua prima Sharon, tal como fazia todas as semanas. Ali, a duas horas de Filadélfia, as suas irmãs gémeas tinham-se isolado do escândalo que causara o caos nas suas vidas um ano antes.

Calista sorriu ao ver as bonitas flores. Apesar de terem um filho próprio, Sharon e o seu marido, Walter acolhiam as suas irmãs com o mesmo carinho com que faziam tudo. Calista subiu as escadas e bateu à porta.

– Olá? Está alguém em casa?

Ouviu um grito seguido de passos. A porta abriu-se e apareceram a sua irmã Tina e Justin, o filho de Sharon, aos empurrões.

Apesar de Tina ter dezassete anos e Justin quase quinze, os dois aproveitavam qualquer oportunidade para competirem de maneira amistosa.

A sua outra irmã, Tami, apareceu por trás deles com atitude mais fria.

– Como se importasse quem chega antes – comentou bocejando. – Cal, podes levar-me a fazer a manicura e a pedicura? Tenho as unhas feitas num oito.

– Eu preferia ir aos karts – interveio Tina.

– Eu apoio a Tina – interveio Justin. – Voltaria a ganhar eu.

Tami arregalou os olhos.

– A Tina sai-se sempre com a sua. Eu fico a olhar.

– Talvez possamos fazer as duas coisas – disse Calista. – Ir primeiro aos karts e depois à manicura.

– As manicuras demoram demasiado, não aguento tanto sentada – comentou Tina, – mas arranjo os pés.

– E a mim podias deixar-me a comer um gelado. Fica de caminho.

Sharon apareceu à porta, a sorrir.

– Cal, querida, não sabia que estavas aqui.

Calista abraçou a prima.

– Quase nem me deu tempo a bater, com estes dois – disse ela.

Sharon despenteou o filho.

– Não me devia surpreender. Que planos têm para hoje? – perguntou depois.

– Karts e manicura – respondeu ela.

– Que mistura! – exclamou Sharon. – Posso falar contigo um momento antes de saírem?

– Claro – respondeu Calista, entrando em casa. – E o Justin pode vir connosco aos karts e comer um gelado – acrescentou.

– Hum. Já se vê – respondeu Sharon enquanto conduzia Calista ao alpendre traseiro. – Queres beber alguma coisa?

Ela negou com a cabeça.

– Estou bem assim. Que foi?

– Trata-se da Tami – disse-lhe Sharon baixinho. – Apanhei-a a fumar outra vez e não gosto dos amigos dela. Além disso, ontem à noite chegou muito tarde e acho que cheirava a álcool.

Calista sentiu um nó no estômago. A sua maior meta fora sempre que as suas irmãs crescessem num ambiente seguro e são até que chegasse o momento de irem para a universidade. Dado que Sharon era dona de casa e que Walter, o seu marido, não ganhava muito dinheiro, Calista mantinha as irmãs desde que terminara os estudos, três anos antes.

As gémeas iam terminar o liceu nesse ano e ela estava decidida a que fossem para a universidade que quisessem, à sua custa. Depois estava a complicação acrescida da asma de Tami. As despesas em medicamentos e seguros faziam com que Calista não pudesse poupar mais para o futuro das irmãs.

– Eu falo com ela – disse. – Sei que ocupar o lugar dos seus pais não é fácil.

– O Walter e eu gostamos muito delas. Oxalá tivéssemos mais dinheiro para mantê-las – acrescentou Sharon com tristeza, – mas quando me casei com um carpinteiro já sabia que não viveria com muitos luxos.

– Eu acho que fizeste muito bem. Tens amor, que é bem mais do que muitos de nós teremos – comentou Calista, sabendo que o amor não fazia parte do seu próprio futuro.

– Por falar de amor, não acredito que nenhum homem te tenha pedido para sair – disse Sharon.

– É possível que tenha conhecido alguém especial ultimamente – respondeu ela. – O tempo dirá.

– Ora, conta-me mais. É bom? Divertido? Bonito?

Calista sorriu perante as prioridades da sua prima. O dinheiro não estava na lista.

– É demasiado cedo. Não o quero estragar.

Horas mais tarde, depois dos karts, da pedicura de Tami e do gelado de Tina, voltaram para casa e Calista agarrou a sua irmã Tami antes que desaparecesse.

– Ei, que pressa é essa? – perguntou-lhe, agarrandolhe a mão. – Senta-te um momento no alpendre comigo antes de me ir embora.

– É que o Graham vai-me ligar – disse esta, referindose ao seu último namorado.

– Logo falas com ele quando eu tiver saído – respondeu Calista.

– Se a Sharon me deixar – murmurou a adolescente. – Vou fazer dezoito anos em Agosto, mas trata-me como se estivesse na infantil.

– Exageras um pouco – disse-lhe Calista em tom seco.

A sua irmã olhou-a de soslaio.

– Agosto chegará antes que dês por isso e terás de ir para a universidade.

– Livre por fim – exclamou Tami.

– Desculpa ter de to recordar, mas terás de estudar mais do que nunca – advertiu-a Calista. –Como andam as coisas ultimamente? – perguntoulhe depois.

Tami olhou-a com receio.

– A Sharon contou-te, não foi?

– O quê?

Tami suspirou e desviou a vista.

– Que voltou a apanhar-me a fumar. Roguei-lhe que não to contasse.

– Porquê? Pensava que tu e eu estávamos unidas.

– E estamos, mas não queria que te zangasses comigo.

– Não estou zangada, só preocupada. Sabes que tens asma, não devias fumar. Só quero que estejas bem, feliz – abraçou-a. – Foi o único que sempre quis.

Tami fechou os olhos.

– Tenho pensado muito na mamã. Oxalá não tivesse morrido.

– Pois – disse Calista, afastando-se um pouco para olhar a irmã nos olhos, – mas temo-nos umas às outras. Nunca te esqueças disso. Se precisares de alguma coisa, liga-me. E promete-me que ficas bem.

– Prometido – disse ela. – Faltam duas semanas para o baile de fim de ano. Vais levar-nos a comprar os vestidos no sábado que vem?

– Não o perderia por nada do mundo – admitiu Calista.

No caminho de volta a Filadélfia, Calista continuava preocupada com a irmã. Tami e Tina tinham personalidades opostas. Tina era fácil de lidar na vida diária, mas competitiva nos desportos e nas notas. Poderia conseguir bolsas, mas faria falta mais dinheiro. Tami implicava-se muito nos relacionamentos sociais e tinha de a ajudar a centrar-se nos estudos. Por sorte, as duas eram inteligentes e foram aceites na universidade. Calista só precisava de conseguir as centenas de milhares de dólares necessários para tornar o seu sonho realidade.

Leo leu a informação a respeito de Calista French pela terceira vez. Não lhe tinha mentido. Pertencia à empresa que patrocinava a festa; formarase com distinção na universidade; trabalhava como analista para uma agência de seguros e colaborava em várias organizações benéficas. Os seus pais tinham morrido; as suas duas irmãs viviam a duas horas dali.

O seu passado era inquestionável, salvo o falhanço económico do seu pai e a sua posterior morte. Ao que parece, o pai de Calista era muito mau gestor, não obstante, Leo recordava vagamente que Clyde tinha algo que ver com um homem apelidado French.

Olhou para a fotografia de Calista e recordou o seu sorriso e o seu riso. Amaldiçoou-se, picava-lhe a curiosidade. Talvez não fosse sensato cortejar uma mulher cuja vida se tinha visto negativamente afectada pelo seu tutor, mas Leo estava mais cansado do que nunca de depender sempre do seu passado. Pegou no telefone e marcou o número de Calista.

– Olá. Fala Leo Grant. Disseste-me que tu não farias o primeiro telefonema, de modo que decidi fazê-lo eu. Ah! E tratemo-nos por tu, sim?

– Que surpresa! Como conseguiste o meu número?

– Tenho os meus métodos. Importas-te que o tenha feito?

– Não, não me importo – respondeu ela.

Leo sorriu e sentiu que a adrenalina lhe corria pelas veias.

– Óptimo. Reservei mesa esta noite às sete no Antoine’s. Direi ao meu motorista que te vá buscar quando tu disseres.

– Desculpa, mas esta noite não posso.

Leo sentiu-se aborrecido, não estava acostumado a ser rejeitado.

– E manhã à noite?

– Amanhã já posso, mas não faz falta que me mandes um carro. Posso ir no meu.

Calista desligou o telefone e riscou na sua mente duas tarefas da lista.

Na tarde seguinte, uma reunião de trabalho atrasou-a, mas apressou-se e agradeceu que a sua mãe a tivesse obrigado a ir a uma escola de etiqueta.

Entrou no Antoine’s e pediu ao maître que a acompanhasse até à mesa de Leo. O homem assentiu.

– O seu acompanhante está no bar – disse-lhe.

Calista levantou a vista e, ao descobrir Leo olhando-a, sentiu um nó no estômago. Era inquestionável que era muito bonito, embora o que mais a afectava fosse a sua maneira de a olhar. Tinha uma força que a atraía apesar de odiar o seu pai pelo que tinha feito à sua família. Sorriu-lhe enquanto se dirigia a ela.

– Olá – cumprimentou-o.

– Tens fome? – perguntou-lhe Leo enquanto o maître os conduzia a uma mesa situada num recanto, ao lado da janela.

– Terei assim que conseguir recuperar a respiração – respondeu Calista.

– Tiveste um dia muito ocupado?

Ela assentiu.

– E há sempre alguma pequena crise ao final do dia. Tudo bem contigo?

– Acabo de fechar um acordo com uma empresa na China. Isso vai manter-me ocupado uma temporada. Que queres beber? Não te devo uma Margarita? – sugeriu com malandrice.

Ela riu.

– Obrigada, mas esta noite prefiro um copo de vinho. Que tipo de negócios fazes? – perguntoulhe, apesar de já saber muito a respeito dele. Entre outras coisas, averiguara que gostava das mulheres de boa família, educadas e loiras. Por sorte, não tinha de pintar o cabelo.

– Barcos e transporte.

– Internacional, já que acabas de falar da China – comentou ela.

– Hoje em dia é necessário, com a globalização da economia. E tu?

– Sou analista na Collier Associates. Não adoro, mas tenho um chefe estupendo.

– E o que é que adoras? – perguntou ele em tom meloso.

– A astronomia, mas agora que trabalho há dois anos, decidi deixá-la para os meus tempos livres.

– De modo que gostas de estudar as estrelas. Interessante. Há quanto tempo tens a cabeça na atmosfera superior?

Ela sorriu com a piada.

– Mais ou menos desde sempre. Quando era menina, pedi que me dessem um telescópio. Muitas crianças abandonam-nos no sótão. Tu pareces um homem com os pés no chão. Que fizeste com o telescópio que te deram a ti?

– Nunca mo deram – respondeu ele. – Não tive infância.

Aquilo surpreendeu-a.

– Quê? Toda a gente tem infância. A não ser que sejas um extraterrestre.

Ele abanou a cabeça.

– Para mim, a vida começou aos dezasseis. Mas já falámos bastante do meu aborrecido passado. Gostaria de saber mais coisas de ti.

Leo tinha mais encanto do que ela pensava, mas devia ter imaginado. Afinal de contas, sempre fora um vigarista, um perito na arte da fraude.

Após o empregado lhes ter levado a bebida, um homem chegou-se à mesa. Calista pensou que lhe era familiar, mas não soube quem era. Perguntou-se se seria um conhecido de Leo, mas não entendeu que a olhasse a ela.

– Calista French. Quanto cresceste. Ainda me lembro de ti quando eras uma menina – disse-lhe o homem. – Sou William Barrett. Fui sócio do teu pai.

Calista sentiu que o sangue lhe descia aos pés. William Barrett tentara ficar com o património do seu pai e, após o seu falecimento, perseguira a sua mãe. Calista pôs cara de caso.

– Espero que esteja a usufruir do jantar. É um restaurante muito agradável, não é?

– Sim, pois é. Como está a tua mãe?

– A minha mãe faleceu há vários anos.

Barrett arqueou as sobrancelhas.

– Oh, desculpa. Sabia do teu pai, claro, mas…

Sem dizer nada, Calista pegou no copo de vinho e conteve a vontade de lho atirar à cara.

– Não simpatizas com esse homem, pois não? – perguntou-lhe Leo quando Barrett se foi.

– Notou-se assim tanto?

– Ficaste pálida.

– Tratou muito mal a minha família durante uma época difícil.