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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Kathie Denosky

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O chefe mais sedutor, n.º 949 - abril 2017

Título original: Bossman Billionaire

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9849-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Epílogo

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Prólogo

 

– Não estamos à venda senhora Larson, – disse Lucien Garnier. – E imagino que esteja de acordo que ter uma relação de qualquer tipo nesta altura seria um absurdo.

Emerald Larson olhou com serenidade para um dos seus recém descobertos netos. Compreendia o aborrecimento dele e dos seus dois irmãos. De certeza que fora desconcertante descobrir que o pai não era o artista Neil Owens, mas sim Owen Larson, o filho mulherengo e rebelde de uma das mulheres mais ricas e poderosas do mundo. Tal como também não fora para ela uma alegria descobrir que o falecido filho engravidara uma série de mulheres na sua juventude.

Desde que descobrira a existência dos netos, Emerald preocupara-se com que todos tivessem os seus direitos e o seu lugar no império Emerald, S.A. Tinha, inclusivamente, uma boa relação com três deles que pusera à frente de várias empresas do grupo. O problema é que não sabia quantos filhos Owen tivera.

No mês anterior descobrira a aventura que tivera com uma jovem francesa que estivera de visita a São Francisco e que resultara em dois filhos, Lucien y Jacques. Dez anos depois, Owen retomara a relação com a rapariga… engravidando-a novamente, dessa vez fora uma rapariga, Arielle.

Emerald alegrava-se que o seu egocêntrico filho tivesse amado uma mulher ao ponto de ter com ela algo que se assemelhasse a uma relação. No entanto, era decepcionante saber que no fim triunfara o seu egoísmo. Owen abandonara Francesca após o nascimento da filha, tal como fizera com as outras.

Mas o passado estava no passado, disse para si própria. Não havia nada que ela pudesse fazer quanto a isso. A única coisa era continuar em frente e concentrar os seus esforços em resolver as coisas com os Garnier.

– Percebo o teu aborrecimento, Lucien, mas pensa naquilo que te estou a oferecer… a ti e aos teus irmãos. Cada um de vocês terá acesso a um fideicomisso de milhões de dólares e ainda à gestão de uma das minhas empresas.

– Não precisamos do seu dinheiro nem das suas empresas – reiterou Jacques.

– Sei que tu o Lucien têm dinheiro suficiente para não precisarem de mim – assentiu Emerald, virando-se para a neta. – E tu, querida? Não acredito que o teu salário de professora seja suficiente e eu estou a oferecer-te segurança económica para o resto da tua vida. Nunca mais terás que te preocupar com o futuro ou…

– A Arielle não precisa de nada – interrompeu Lucien. – Eu e o Jake tomámos sempre conta da nossa irmã e continuaremos a fazê-lo.

– Dou-vos os parabéns por tudo aquilo que fizeram. Depois da morte da vossa mãe não só tomaram conta da Arielle, como também acabaram os vossos estudos ao mesmo tempo que trabalhavam. Isso é louvável em dois rapazes de vinte anos.

– Era a nossa obrigação – disse Lucien.

Emerald viu que Arielle olhou para os irmãos antes de falar.

– Nunca poderei dizer-vos o quanto agradeço o que fizeram por mim – disse, quebrando o silêncio. – Mas agora sou uma adulta, Luke. Sou capaz de tomar conta de mim própria e de tomar as minhas próprias decisões – disse, virando-se para Emerald. – O Luke e o Jake não parecem estar interessados naquilo que tem para oferecer, senhora Larson, mas eu estou.

– Isso não é verdade – disse Lucien, fulminando-a com o olhar.

– Estou, sim.

A Emerald agradou-lhe que a neta não se deixasse amedrontar pelos irmãos mais velhos. Na verdade, ela lembrava-lhe a si própria cinquenta anos antes.

– Podem fazer o que quiserem mas eu vou aceitar o fideicomisso e a gestão da empresa que a senhora Larson decidir.

A falta de acordo entre os irmãos era exactamente aquilo que Emerald esperara.

– Se me dão licença, preciso de ir tratar urgentemente de um assunto – disse, levantando-se. – Enquanto estiver fora parece-me que será sensato debaterem a minha proposta. No entanto, lembrem-se de que é isto ou nada. Ou os três aceitam a minha proposta ou perderão a oportunidade.

Emerald saiu do gabinete e, depois de fechar a porta, aproximou-se da mesa do seu fiel secretário.

– Prepara os papéis para os meus netos assinarem, Luther.

– Aceitaram o presente, senhora Larson? – perguntou Luther Freemont.

Emerald olhou para a porta do gabinete e sorriu.

– Não, ainda não, mas garanto-te que o farão.

Não pensara em impor condições mas a determinação dos gémeos em não aceitar a sua generosa oferta não lhe dava alternativas. Era uma das poucas mulheres que conseguira um lugar no clube masculino dos mais ricos e Emerald aprendera a lidar com qualquer situação para conseguir aquilo que queria, mesmo que isso significasse agir rigidamente com os seus próprios netos.

Convencida de que iria correr tudo como ela queria, olhou para o relógio. Os Garnier já tinham tido tempo suficiente para chegarem a um acordo, decidiu.

– Chamo-te quando estiverem prontos para assinar, Luther.

Emerald entrou no gabinete e sorriu aos netos, sentando-se à cabeceira da impressionante secretária. Estava na hora de incorporar os Garnier no seu império.

Capítulo Um

 

– Haley, cancela todas as minhas reuniões para hoje e vem ao meu gabinete daqui a cinco minutos.

Haley Rollins olhou para Lucien ou Luke, como preferia ser chamado, quando este passou à frente da sua secretária. Luke Garnier chegava todos os dias ao escritório da empresa de construção Garnier às oito e meia, pedia-lhe um café e esperava-a no se gabinete para reverem a agenda do dia. Fora assim durante os últimos cinco anos. Mas naquele dia eram oito da manhã e ele esquecera-se do café.

O que teria acontecido para que um homem como ele saísse da sua rotina diária?

Acontecera alguma coisa e, a julgar pela expressão dele, devia ser de grande importância.

Haley cancelou as reuniões, foi à cozinha servir uma chávena de café, porque sabia que ele precisava dela, e por fim entrou no gabinete. Ao vê-lo teve de suster a respiração. Impressioná-la-ia sempre, era o homem mais sensual que alguma vez vira.

Luke tirara o casaco e estava junto à janela, a olhar pensativamente para o trânsito de Nashville. Tinhas as mãos nos bolsos e o tecido marcava-lhe o traseiro e as ancas, e a camisa punha em destaque a largura dos seus ombros, sublinhando a sua excelente condição física…

Era-lhe cada dia mais difícil dissimular a atracção que sentia por ele, pensou Haley.

– Estás atrasada três minutos – disse Luke, sem se virar.

Ela pousou a chávena em cima da secretária.

– Tive de fazer vários telefonemas para cancelar as reuniões.

– Senta-te, preciso de falar contigo – o tom sério indicava a importância da conversa e Haley assustou-se.

Ter-se-ia dado conta que a sua eficaz secretária estava louca por ele desde o momento em que a entrevistara para aquele posto de trabalho?

Sentou-se na cadeira de pele em frente da secretária e tentou acalmar-se. Luke Garner não percebera o que ela sentia por ele porque naqueles cinco anos ela nunca lhe dera qualquer indício de o considerar algo mais do que um chefe viciado em trabalho.

Um chefe que sempre deixara bem claro que o seu único interesse era a empresa de construção Garnier.

– Como correu a viagem a Wichita este fim-de-semana? – perguntou. Não lhe dissera a razão dessa viagem nem com quem se iria encontrar, mas não tinha qualquer dúvida que era essa a razão pela qual chegara mais cedo ao escritório e daquele estranho humor. – Correu tudo bem?

Luke respirou profundamente antes de se virar.

– Na verdade, depende do ponto de vista.

Aquela resposta confundiu-a. Nunca vira Luke Garner indeciso sobre nada. Era o tipo de homem que via as coisas a preto e branco, bem ou mal. O resto era simplesmente inexistente.

– Não sei se te percebo.

– Não, claro – disse Luke, cravando nela os seus olhos azuis. – Acabo de me tornar no proprietário da empresa de construção Laurel.

Haley não conseguiu abafar a sua exclamação de surpresa.

– Mas isso é fantástico! A Laurel é a empresa de construção de casas de férias mais importante do Tennessee.

– Pois agora a Laurel e todos os seus activos são agora meus.

– Parabéns! Como conseguiste que a Emerald, S.A. a vendesse? – perguntou Haley, atónita.

Vira-o alcançar coisas impossíveis desde que trabalhava para ele, mas aquilo ia para além disso.

– Digamos que tinha apoio interno e por enquanto deixemos as coisas assim – Luke encolheu os ombros.

Aquela resposta confundiu-a ainda mais. Haley conhecia quase tão bem quanto Luke a visão que ele tinha para aquela empresa e não entendia por que se mostrava tão cauteloso quanto àquela aquisição. Para alguém que acabara de duplicar o seu já lucrativo negócio, estava incrivelmente contido.

Mas também sabia que era melhor não perguntar nada. Se Luke lhe quisesse contar, fá-lo-ia quando achasse ser o momento certo.

– Bom, não sei que truque de magia terás usado para o conseguir, mas correu-te bem. Andavas a querer ampliar a empresa nessa área – sorriu. – Queres que telefone ao director jurídico para analisar o acordo de compra?

– Não, a papelada ficou toda solucionada no fim-de-semana.

– Queres que telefone para o banco para fazerem a transferência dos fundos?

– Não é necessário. Assinei o acordo de compra da Laurel sem ter de pagar um cêntimo.

– Desculpa? Sem pagar um cêntimo?

Luke sorriu.

– Sim.

Haley não podia acreditar naquilo que ouvia.

– A Emerald Larson, uma das empresárias mais famosas deste pais e a primeira mulher a aparecer na lista das cinquenta maiores fortunas do mundo, ofereceu-te a empresa?

– Sim, mas não quero falar disso agora – suspirou Luke, de detrás da secretária. – Agora que somos a empresa de construção mais importante do Sul preciso de alguém que dê continuidade à Garnier quando eu morrer. Preciso de um herdeiro.

Haley não sabia o que a surpreendia mais, se a admissão que Emerald Larson lhe oferecera a empresa de construção Laurel ou que de repente tivesse decidido que precisava de um herdeiro.

– O quê?

– Os meus irmãos não estão interessados na empresa de construção. O Jake está contente em ser o advogado mais caro de Los Algeles e a Arielle adora ser professora. Portanto, decidi contratar uma barriga de aluguer e ter um filho.

Ela olhou para ele, incrédula.

– Não achas isso um pouco drástico? Ter um filho é um passo muito importante na vida.

Luke abanou a cabeça.

– É perfeitamente lógico. É isso o que eu preciso para que a Garnier continue a ser a empresa mais importante da zona quando eu já cá não estiver.

– Achas que consegues isso tendo um filho?

– Acho que tenho tudo a meu favor, sim.

– Mas ainda passariam alguns anos até a criança aprender tudo aquilo que precisa saber sobre o negocio.

– Por isso mesmo, quanto mais cedo o fizer, melhor.

O brilho que via nos olhos de Haley era revelador de como ela achava que ele perdera a cabeça. E, na verdade, ele próprio começava a achar o mesmo.

Mas ao ver o desespero com que Emerald Larson procurava os membros da família para herdar o seu fabuloso império, dera-se conta de que o sucesso não servia de nada se não houvesse alguém a quem passar o legado.

Passara várias noites sem dormir, às voltas com o assunto, e concluíra que para se assegurar que a empresa de construção continuasse a crescer quando ele tivesse morrido, o melhor seria ter um filho, um herdeiro.

Podia começar por levar a criança às obras para ver o processo de construção, assim, quando fosse um pouco mais velho, já estaria familiarizado com o trabalho.

– Quando falavas em contratar uma barriga de aluguer, era a sério? – perguntou Haley?

– Sim.

Não o espantava a surpresa da secretária. Ele próprio se surpreendera ao pensar naquilo mas quanto mais pensava, mais sentido fazia. A última coisa de que precisava naquele momento era a chatice de ter de procurar uma mulher e convencê-la a ter um filho com ele sem a menor possibilidade de virem a ter um futuro como casal. Seria muito mais fácil escolher alguém que já tivesse decidido ser uma barriga de aluguer.

– Se pensares nisso, é a opção mais inteligente.

Haley levantou o sobrolho.

– Talvez faça sentido para ti, mas a verdade é que eu não o entendo.

Era um mistério para Luke por que sentia a obrigação de lho explicar. Ele nunca explicava os seus actos mas, de repente, parecia-lhe importante que ela entendesse.

– Preciso de um herdeiro. Não sou casado nem quero sê-lo, portanto, uma barriga de aluguer é a resposta mais lógica. Assim conseguirei aquilo que preciso sem obrigações matrimoniais. Quando a criança nascer, ela irá para um lado e eu para o outro… com o meu filho.

– Vais mesmo fazer isso?

– Sim – Luke reclinou-se na cadeira. – Quero que pesquises a legislação sobre este assunto e que faças uma lista das agências especializadas em barrigas de aluguer. Quero-a sobre a minha mesa ao meio-dia.