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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1999 Anne Marie Rodgers

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Negócios e prazer, n.º 286 - dezembro 2017

Título original: The Bride Means Business

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-646-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Uma gota de suor escorreu pelas suas costas. Jillian Kerr equilibrava-se nos saltos altos e caminhava pelo terreno irregular. O tecido fino do traje negro parecia ter-se transformado em lã. O sol brilhava forte, e sob os seus dedos a manga do fato do homem que a acompanhava parecia ainda mais quente.

Depois de uma semana de chuva, Baltimore tinha tido três dias de tempo perfeito, o clima de Verão que tornava famosos os meses de Setembro a meio do Atlântico. O solo tinha secado, a relva era verde e fresca, e as aves entoavam o seu canto de alegria e esperança.

Jillian não reparava em nada disso.

Os túmulos vizinhos eram como cicatrizes gémeas no relvado exuberante, e ela contornou-os para seguir até à área coberta onde seria realizado o serviço religioso. Soltou o braço do amigo, que foi reunir-se a outros amigos de lojas vizinhas à dela no fundo do quadrilátero, enquanto ela ocupava o seu lugar numa das cadeiras dobráveis reservadas à família.

Mas não havia uma família. Ela e Charles tinham crescido juntos, eram como irmãos, mas não existia um laço de sangue que os ligasse de facto como parentes. E Alma, a esposa de Charles, era filha única de pais falecidos, o que significava que também não havia ninguém para pranteá-la. Jillian era a única pessoa mais próxima que tinha ficado para chorar a morte dos dois queridos amigos.

Bem, não era verdade; havia um outro familiar que tinha enviado uma mensagem cortês e correcta a anunciar o triste episódio, mas sabia que ninguém iria responder ao comunicado.

Cautelosa, desviou-se das minas espalhadas por esse terreno da mente e concentrou-se no que o padre estava a dizer. Os olhos ardiam, e ela pestanejou várias vezes, atirando os cabelos louros para trás e evitando olhar para os caixões idênticos deixados sob as árvores mais próximas dos túmulos. Não ia chorar. Não chorava nunca. Repetiu as palavras para si mesma dezenas de vezes enquanto o clérigo elogiava Alma Bender Piersall e Charles Edward Piersall, empresário local, incansável voluntário da comunidade, membro activo da igreja, generoso contribuinte para muitas causas de caridade e o seu mais querido amigo de infância.

Charles Edward Piersall também tinha sido responsável pela devastadora sequência de eventos que tinha arruinado a sua única hipótese de amor e a tinha transformado na mulher que era. E no entanto, embora devesse odiá-lo, as lembranças que guardava do amigo eram doces e repletas de carinho.

Tinham andado juntos de triciclo e de bicicleta, jogavam à bola e subiam às árvores. Nadaram nus no riacho quando adolescentes, até o pai dele descobrir e ameaçar castigá-los com uma boa surra, criticaram os namorados um do outro e entraram de braço dado na cerimónia de formatura do liceu. Trocaram confidências e apoio nos períodos mais sombrios das suas vidas. E apesar de não o ter visto com muita frequência nos últimos anos, saber que Charles estava do outro lado da cidade era uma espécie de tábua de salvação, uma âncora quando a solidão ameaçava sufocá-la.

Vozes abafadas no fundo do quadrilátero coberto chamaram a sua atenção e ela virou-se, pronta para censurá-los com os olhos.

Um movimento atraiu o seu olhar. Era… não podia ser! Ao reconhecer a cabeça morena que se destacava do grupo, teve a impressão de que o chão se abria sob os seus pés e recostou-se na cadeira, a respirar fundo para recuperar o sentido de realidade. Olhou para a frente no mesmo instante que o irmão mais velho de Charles, Dax, ou Travers Daxon Piersall IV, se sentou na cadeira a seu lado.

Oh, meu Deus. Ele não devia estar ali. O pânico invadiu-a. Quase saltou do assento antes de se lembrar onde é que estava, e então forçou os músculos a permanecerem imóveis. Fugir não era uma opção. «Além do mais», disse a si mesma, «não sou eu que tenho o hábito de fugir». Pensar nisso provocou uma onda de ressentimento tão intensa que teve de cerrar os punhos para lutar contra o ressentimento e a dor que se tinham transformado em puro ódio há anos atrás. Não permitiria que a chegada inesperada e indesejada de Dax a afugentasse.

Maldição! Se ao menos ele tivesse engordado! Ou se caminhasse com uma bengala, ou se tivesse cabelos brancos… Qualquer pequeno defeito teria servido.

Não precisava de mais que um simples olhar para identificá-lo e perceber que Dax não tinha perdido o seu poder de atracção. Os ombros pareciam mais largos que nunca, e a coxa relaxada tão perto da dela ainda era forte, musculada e definida sob o tecido fino das calças. As recordações daquela perna a invadir o espaço entre as dela e a provocar um prazer intenso tentou invadir a sua mente, mas ela destruiu-as com determinação.

Felizmente também tinha mantido a forma. Sabia que ainda era atraente, talvez mais do que antes. O corpo era esguio, cortesia da interminável contagem de calorias, das horas que passava no ginásio e dos caríssimos cremes hidratantes que costumava comprar. Os cabelos estavam bem cortados, as unhas, bem feitas, e o conjunto de seda negro comprado numa liquidação especial realçava cada curva do corpo de maneira sedutora.

Se ao menos Dax tivesse algumas rugas! Teria sido maravilhoso olhar para aquele homem que ela tinha amado e com quem tinha pretendido casar-se e perguntar-se o que tinha visto nele, afinal. Em vez disso, mal podia respirar, e o coração galopava arrastando o resto do corpo na sua alucinante viagem ao passado.

A multidão começou a movimentar-se e ela compreendeu que o serviço religioso tinha chegado ao fim. O padre afastou-se e ela levantou-se para partir.

Dax também se pôs de pé. Quando Jillian avançou com duas rosas amarelas nas mãos, um último e singelo presente para os queridos amigos, ele segurou o seu braço e manteve-se a seu lado.

Fitando-o com uma expressão furiosa, tentou soltar-se, mas foi inútil. Pela primeira vez os olhos encontraram-se, e o humor cínico que viu nos dele encheu-a de ressentimento. Se Dax achava que a ia forçar a fazer uma cena no funeral de Charles e Alma, estava enganado. Estava ali para prestar uma última homenagem ao seu irmão mais novo…

Charles. Oh, céus, Charles e Alma! Sem forças, teve de apoiar um joelho no outro para vencer a fraqueza que ameaçava derrubá-la.

A razão para a presença de Dax explodiu mais uma vez na sua mente. Charles estava morto. Jazia no abandono silencioso de um caixão. Ele tinha sido a única pessoa no mundo a conhecer tudo o que havia para saber sobre Jillian Elizabeth Kerr, e precisava dele. Necessitava da sua amizade incondicional, do apoio que ele sempre lhe tinha oferecido, do ombro onde tantas vezes tinha chorado.

E Alma. A boa e doce Alma. Charles nunca tinha imaginado amá-la, mas ela tinha sido a melhor coisa que podia ter acontecido ao amigo, e aceitava o lugar de Jillian na sua vida com toda a generosidade do seu coração. O ombro de Alma também ficava húmido com as suas lágrimas, embora Jillian tivesse deixado de chorar há anos.

Mas aquelas lágrimas ameaçavam vencer a barreira que tinha conseguido construir. Pressionou os lábios para impedir que tremessem, permanecendo em silêncio por alguns instantes antes de se adiantar para depositar a oferta sobre cada um dos caixões. Em seguida, afastou-se para que os outros pudessem prestar as suas homenagens.

Os dedos de Dax queimavam a sua pele através do tecido fino, e assim que teve a certeza de que ninguém a observava, obrigou-o a soltá-la.

– Tire as mãos de cima de mim, Dax, a menos que queira perder os dedos.

Os cabelos negros brilhavam intensamente sob o sol. Ele era a imagem do americano bem sucedido. Dax riu-se ao ouvir as suas palavras, e o som rouco afectou os seus nervos.

– É bom saber que continua encantadora como antes, favo de mel. Acabei de chegar à cidade. Não se vai atirar para os meus braços e dar-me as boas-vindas?

– Está atrasado, Dax. Sete anos – gostava de cortar a própria língua por ter pronunciado as palavras. A última coisa que queria era dar a impressão de que ainda se incomodava com a sua partida. Mas o antigo tratamento a tinha abalado, fazendo com que as recordações arrombassem a porta com que tinha isolado aquele capítulo da sua vida.

Os olhos negros brilhavam, exibindo uma emoção que quase a fez recuar um passo. Mas não lhe iria dar essa satisfação.

Dax olhou para os caixões sob as árvores.

– Lamento por Charles. E pela esposa dele. Não cheguei a conhecê-la, mas deve ter sido uma mulher muito especial, para fazê-lo desistir de si tão depressa.

«Monstro!» Como podia falar com tanta frieza sobre o próprio irmão? A dor tornou-se mais intensa, mas tudo o que ela disse foi:

– A Alma era realmente especial. Charles adorava-a.

– Aposto que ficou desconcertada. Ou ele manteve-a por perto para garantir um pouco de acção quando as coisas se tornassem aborrecidas?

– Bastardo! Não se atreva a tirar conclusões a respeito da minha vida! Não imagina o que Charles e eu sentíamos um pelo outro. Oh, desculpe-me… – e mudou o tom de voz, assumindo uma falsa doçura. – Esqueci-me de que prefere conjecturar a assumir compromissos.

O olhar de Dax traía um ressentimento tão profundo quanto o dela.

– Jill? – a voz feminina indicava preocupação. – Há algum problema?

Jillian virou-se. A sua irmã Marina aproximava-se, praticamente arrastando o marido Ben pela mão.

– Nenhum. Quero dizer, o único problema é que acabámos de participar no funeral de duas pessoas que eram demasiado jovens para partir – suspirou, consciente da presença de Dax nas suas costas, mas tentando ignorá-lo.

– Marina. Será que mudei assim tanto?

Devia saber que ele não se deixaria ignorar. Dax deu um passo em frente e sorriu com carinho.

Jillian percebeu que a irmã a encarava em busca de ajuda, o rosto delicado perturbado pela certeza de que aquele homem era alguém que devia ter reconhecido.

– Marina, este é Dax Piersall, irmão de Charles – e virou-se para o recém-chegado. – Marina sofreu um acidente há alguns anos e ainda enfrenta problemas de memória. Ela esqueceu-se de quase toda a infância.

– Irmão de Charles? – os olhos azuis de Marina encheram-se de lágrimas quando ela segurou as mãos de Dax. – Não sabia que Charles tinha parentes. Sinto muito…

– Não se incomode – as palavras dele cortaram o fluxo emocionado que vertia dos lábios dela. – Não nos víamos há anos. Não éramos próximos – os olhos procuraram o rosto de Jillian e um sorriso gelado distendeu os seus lábios. – Não como Charles e Jillian.

– Pare com isso, Dax. Pode-me atacar, se quiser, mas tente não ser um incómodo para o resto da humanidade.

Houve um silêncio tenso, constrangido. Depois Dax olhou para Marina e, mais uma vez, Jillian notou a ternura na sua expressão.

– Lamento que não se lembre de mim. Tivemos bons momentos juntos quando éramos crianças.

– Também sinto muito. Este é o meu marido, Ben Bradford. Ben, Dax Piersall, aparentemente um dos meus amigos de infância.

O cunhado de Jillian apertou a mão de Dax sem sorrir. Depois recuou um passo e olhou para Jill.

– Vou levar Marina para casa. Ela precisa de sair deste calor e repousar.

– Repousar – Marina repetiu com ironia. – O bebé vai estar a chorar de fome quando chegarmos a casa, e vou passar pelo menos uma hora a amamentar e a trocar as fraldas do pequeno tirano. Oh, sim, posso imaginar que tipo de descanso vou ter.

Ben sorriu e segurou a mão dela.

– Até mais tarde – disse para a cunhada.

– Também me vou embora – respondeu ela, vendo uma oportunidade para escapar a Dax.

Mas ele segurou a sua mão antes que se pudesse afastar, apertando-lhe os dedos com tanta força que foi difícil conter um gemido de dor.

– Não se pode ir embora. Ainda temos muito o que recordar.

– Solte-a – ordenou Ben, dando um passo em frente com uma expressão agressiva.

– Não se preocupe, Ben – cortou Jill apressada. – Dax e eu temos realmente alguns assuntos a discutir – o coração tinha disparado quando ele a tocou, e o corpo todo antecipava um novo contacto. Podia odiá-lo, mas ele ainda detinha o poder de afectá-la fisicamente.

Tentando não demonstrar o que sentia, moveu os dedos e verificou que ainda era prisioneira. Não queria tocá-lo, mas também não se deixaria intimidar. Era melhor deixar claro desde o início que era capaz de retribuir cada golpe com a mesma intensidade, decidiu com satisfação perversa.

Aproximando-se, pressionou o corpo contra o dele, deslizou a mão livre pelo seu peito e brincou com a gravata. Embora se tivesse preparado para o momento, teve de fechar os olhos para esconder o impacto provocado pelo contacto.

Dax encarou-a por um momento, intrigado. Depois a mão soltou a dela para tocar nas suas costas, enlaçando-a de maneira familiar. O arrepio que a percorreu quase a fez perder os sentidos.

Concentrada, forçou-se a ignorar as pequenas explosões de excitação que a abalavam, reunindo forças para coordenar as ideias e as palavras.

– Entre os assuntos que precisamos de discutir está a Indústria Piersall… agora que somos os maiores accionistas da companhia. Podem ir.

Não desviou os olhos dos dele enquanto falava, e embora ele não revelasse o menor sinal de surpresa, notou o choque na tensão que se apoderou dos músculos quando ela mencionou a empresa. Então Dax não sabia que Charles lhe tinha deixado todas as suas acções. E como podia saber, se ela própria só tinha tomado conhecimento da herança naquela manhã?

Sentiu a hesitação da irmã. Conhecia o temperamento do cunhado, e sabia que tinha que se livrar dele, ou dentro de alguns minutos estaria ocupada a separar uma discussão violenta entre os dois homens. Por isso conservou o sorriso nos lábios, à espera, até que, pelo canto do olho, viu o casal afastar-se.

Só então voltou a falar.

– Nunca mais faça isso. Da minha parte, é como se o nosso noivado nunca tivesse existido. Não vou admitir que intimide os meus amigos e hostilize a minha família.

Dax encolheu os ombros com uma expressão indecifrável.

– Foi divertido.

– Saia da minha vida. Já fez isso antes. Não vai ser difícil lembrar-se de onde se sai da cidade.

– Vou voltar a fazer parte da sua vida por um bom tempo, favo de mel. Portanto, é melhor ir-se habituando à minha presença.

E antes que pudesse responder, ele soltou-a e partiu.

 

 

Quatro horas mais tarde, os últimos amigos de Charles e Alma deixaram o salão da igreja. Jillian tinha confortado mais gente do que podia contar, tinha usado o equivalente a dez caixas de lenços de papel e tinha deixado os sapatos de saltos altos sob uma mesa nalgum lugar.

Recebeu cinco convites para beber até ficar embriagada, dois para passar a noite em casa de amigos e um para jantar com um rapaz silencioso e tímido que tinha dito ser amigo de Charles. A proposta mais tentadora tinha sido a primeira.

Deixou o trabalho de limpeza aos cuidados do comité da igreja, conduziu os poucos quilómetros que a separavam de casa e estacionou na garagem. Estava exausta. Abrir a porta do automóvel e caminhar até à entrada da varanda foi um esforço supremo, e a mente estava entorpecida como se tivesse sido envolvida por um casulo que a mantinha separada da realidade.

Qualquer que fosse. A realidade saiu de férias no dia em que recebeu aquele telefonema desesperado da governanta, contactada pela polícia pouco antes. Não havia ninguém para identificar os corpos de Charles e Alma, e ela teve que aceitar a dura missão.

Os amigos tinham morrido instantaneamente quando o carro em que viajavam foi atingido por um motorista embriagado. Nada podia ser comparado à dor de examinar os restos de duas pessoas que amava. Diante disso, ser abandonada pelo noivo tinha-se tornado mais suportável.

Procurou as chaves dentro da mala, subiu o primeiro degrau da varanda e suspirou. Tudo o que queria era cair na cama e esquecer o mundo por dez dias, até que…

– O quê…? – o grito escapou da sua garganta quando ela viu uma silhueta poderosa erguer-se da cadeira de balanço. O coração disparou e, quando reconheceu o invasor, a velocidade tornou-se ainda maior. – Dax! Quer matar-me de susto?

– Desculpe.

– Vá-se embora. Estou cansada e não me lembro de o ter convidado.

– Eu próprio me convidei. Temos muitas coisas a discutir. Jante comigo amanhã. Virei buscá-la às sete.

– Pode sonhar à vontade! – se ao menos não tivesse de ficar tão perto dele… – Tenho planos para amanhã à noite. E a minha agenda está lotada até ao ano dois mil e vinte cinco. Sendo assim… Lamento, mas não tenho tempo para si.

Encontrou as chaves e virou-se de costas para ele.