Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2012 Fiona Harper
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
Um baile de amor, n.º 1420 - Março 2014
Título original: The Ballerina Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5065-1
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
O barulho do helicóptero fazia com que fosse impossível falar. E isso era bom, pois Finn não sabia o que dizer à mulher que estava sentada ao seu lado. Tinha um ar assustado, os joelhos apertados e agarrava-se com força ao cinto, como se fosse um salva-vidas.
O que é que Simon fizera?
– Encontrei uma substituta fantástica para Anya Pirelli – indicara o produtor. – Espera até a veres!
No entanto, Finn não sabia se aquela proposta era realmente boa. Ele não teria escolhido uma mulher como ela, para desempenhar o papel de estrela convidada.
Era uma mulher pequena. Uma bailarina de balé ou, pelo menos, fora o que Simon dissera. De pé, mal lhe chegava aos ombros. Não tinha nada a ver com a jogadora de ténis de cabelo loiro e corpo de desportista, que devia ir sentada ao seu lado.
Aquela mulher era tão magra, que era como se não estivesse ali. E parecia que podia voar, se o vento soprasse com força.
Ao pensar no vento, virou-se para olhar pelo para-brisas do helicóptero. A previsão meteorológica indicara que haveria tempestade, de madrugada, e parecia que o clima tropical variável decidira dar-lhes umas boas-vindas espetaculares. Uma nuvem cinzenta formava-se no horizonte e o mar começava a toldar-se e a picar-se.
O piloto também franziu o sobrolho e virou-se para olhar para Finn, abanando a cabeça, antes de se concentrar no horizonte.
Infelizmente, Finn sabia exatamente o que se passava. Tirou o cinto de segurança e pegou na mochila. Estava convencido de que aquela bailarina não suportaria o que se aproximava e ele teria de se retirar para a ilha deserta, onde viveria temporariamente, acompanhado apenas por Dave, o operador de câmara.
Simon pensava mesmo que aquela mulher era adequada para um programa de televisão sobre a luta pela sobrevivência? Olhou para Dave por um instante e ambos olharam para a mulher que estava sentada entre eles. Segundo parecia, Finn não era o único que pensava que Simon se enganara.
Dave começou a mexer-se também, certificando-se de que tinha todo o equipamento com ele. Os restantes membros da equipa chegariam mais tarde, por meios mais civilizados. Naquele momento, só precisavam de Dave, que costumava ir atrás de Finn, fazendo o que lhe pedisse.
A bailarina observava-os, como se nunca tivesse visto alguém a preparar uma mochila. Estava completamente quieta e só olhava para eles.
– O que se passa? – perguntou.
Finn não ouviu as palavras dela, só pôde ler-lhe os lábios.
Apontou para as nuvens escuras que cobriam a ilha e gritou:
– Aproxima-se uma tempestade. Temos de ir.
Ela era sortuda. Se estivesse sozinho, teria saltado para a água com o helicóptero em movimento, mas era algo muito perigoso para uma novata. Teriam de saltar, mas sobrevoando a margem de uma praia extensa. Nada parecido com a descida controlada que tinham planeado, mas ao aceitar aquela forma de vida, uma coisa era certa... Nada corria conforme planeado. E era por isso que gostava tanto.
Finn tocou no cinto de segurança da bailarina e ela agarrou-se a ele com mais força.
– Faltam dois minutos – explicou e apontou para terra firme.
Ela não se mexeu, mas a expressão no rosto dela mudou. Havia algo naqueles olhos azuis que indicava que o pânico se apoderara dela.
Contudo, Finn não tinha tempo para tranquilizar aquela mulher. O helicóptero devia ir-se embora, antes de a tempestade chegar.
– Tira o cinto! – gritou, encenando a ação com os dedos.
Ao ver que ela hesitava por um instante, gritou novamente. Não podia permitir que ficasse paralisada. A vida dos tripulantes do helicóptero dependia deles.
Sem parar de olhar para ele, ela tirou o cinto.
«Linda menina», pensou ele.
Decidiu usar o mesmo método para a guiar em todos os passos que deviam dar, enquanto avançavam para o seu destino. Ele gritava e ela obedecia. Perfeito.
Parecia que passara uma eternidade quando, finalmente, o helicóptero parou a três metros da praia que se transformaria no seu lar durante a próxima semana. Sem pensar duas vezes, ele saltou pela porta lateral do helicóptero, dobrou os joelhos e rebolou na areia, antes de se levantar outra vez. Ao fim de um instante, Dave apareceu ao seu lado, o que indicava que só havia um passageiro para desembarcar.
Finn virou-se, para olhar para o helicóptero. Ela estava à porta e agarrava-se com força. Não parecia que tivesse pressa para se soltar. E isso não podia acontecer.
– Salta! – gritou ele, esticando os braços para a frente.
Imediatamente, o peso de uma bailarina voadora caiu-lhe nos braços. Ela devia ter saltado assim que ouvira as suas palavras e Finn esperara ter de gritar, pelo menos, mais uma vez. Apanhou-o totalmente desprevenido, por isso, Finn perdeu o equilíbrio e ambos acabaram no chão. Mal se apercebeu de que o helicóptero se afastava.
Permaneceu no chão, respirando de forma acelerada. Nas costas, sentia o frio da areia molhada e, em cima dele, o calor do corpo de uma bailarina trémula.
– Lamento – gaguejou ela. No entanto, não se mexeu. Devia estar muito assustada.
Não tinha de se preocupar. Finn gostava de surpresas. Geravam-lhe um coquetel delicioso de adrenalina, que adorava. Mesmo quando as surpresas apareciam sob a forma de bailarina voadora. De repente, viu o lado engraçado da situação e começou a rir.
– Como te chamas? – perguntou, olhando para ela nos olhos.
– Alle... – começou por dizer ela. Tentou novamente. – Allegra.
Finn esboçou um sorriso.
– Bom, Allie... Ou Allegra – pegou nela ao colo com facilidade e deixou-a na areia, ao seu lado.
Provavelmente, teria de a prender a uma árvore, se o vento começasse a soprar com força. Levantou-se e ofereceu-lhe a mão, esboçando um sorriso. O céu estava cinzento e o cheiro do vento indicava que a tempestade estava prestes a rebentar.
– Bem-vinda ao paraíso – declarou.